Sedop garante a segurança na desocupação da área do Curtume
Pela segunda vez, em menos de um mês, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop) acionou as polícias Civil e Militar para garantir a segurança de agentes públicos e dos moradores na desocupação da área conhecida como Curtume, no Bairro da Terra Firme, em Belém. A ação pacífica ocorreu na tarde desta sexta-feira (1º), com a retirada das armações de madeira e barracos improvisados, erguidos irregularmente no terreno.
A operação foi coordenada pelo tenente-coronel Sérgio Ricardo Nunes, da Polícia Militar, e o delegado Adalberto Cardoso, da Delegacia de Ordem Social, vinculada à Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil, e foi acompanhada pelas áreas social, administrativa e jurídica da Sedop, que não pouparam esforços para evitar confrontos no local. Tudo transcorreu dentro da normalidade, sem nenhuma resistência à desocupação.
O delegado Adalberto Cardoso lembrou que esse mesmo terreno já havia sido invadido no último dia 10 de agosto, quando uma reunião entre representantes do governo do Estado e dos invasores selou o compromisso para a desocupação pacífica do terreno.
Além da retirada dos barracos, a Sedop também acionou homens e máquinas para fazer a limpeza geral da área, um desejo antigo dos moradores, informou a estudante Tamires Silva, moradora da Rua Olaria, em frente ao Curtume. “Esse terreno é muito usado pra jogar lixo e atrai tudo o que não presta. Por isso, essa ação é bem-vinda, e esperamos que o governo decida logo o que vai ser feito aqui”, declarou. A Sedop está analisando alternativas de isolamento e posterior destinação da área.
Histórico - A área do Curtume faz parte do Projeto de Saneamento Integrado da Bacia do Tucunduba e foi desapropriada pelo Decreto 460, de 24 de setembro de 2007. No ano seguinte, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) ingressou com ação de desapropriação do antigo Curtume Santo Antônio, cujos proprietários, na época, receberam do governo do Estado o valor de R$ 2.852.000,00.
O objetivo era a construção de um conjunto habitacional no local, mas o projeto não foi executado. As 212 famílias que viviam na área foram remanejadas, e passaram a receber do Estado um auxílio-moradia, no valor atual de R$ 545,28 até que as novas casas fossem entregues.
Em 2015, a Companhia de Habitação do Pará (Cohab) apresentou um novo projeto à Caixa Econômica Federal, para construção de 384 unidades habitacionais na área do Curtume. Mas, em função da crise econômica, o projeto não foi aprovado pelo governo federal. A Sedop está buscando novas alternativas de financiamento.