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Ophir Loyola alerta para a prevenção do câncer de colo de útero e importância do exame preventivo

Por Redação - Agência PA (SECOM)
28/01/2019 11h41

O câncer de colo do útero poder ser evitado em 98% dos casos, o potencial de cura da doença é muito grande quando detectado em estágio inicial. As lesões pré-cancerosas se desenvolvem de forma lenta e são causadas por alguns tipos do HPV- Papilomavírus Humano de alto risco (chamados de oncogênicos), transmissíveis sexualmente. O tratamento adequado dessas alterações impede a progressão para esse tipo de câncer, o mais frequente no sexo feminino no Estado do Pará.

Esse problema de saúde pública nacional é mais intenso na região Norte que, segundo o Instituto Nacional do Câncer, destaca-se pela maior incidência e mortalidade da doença no Brasil. A literatura científica aponta um perfil bem definido como fator de risco importante para o desenvolvimento da neoplasia, composto por mulheres com multiparidade (muitos filhos), baixo grau de instrução, renda familiar abaixo de meio salário mínimo e, na sua maioria, só procuram o posto de saúde na fase sintomática, já com a doença instalada.

Celso Fukuda, oncoginecologista do Centro de Alta Complexidade em Oncologia do Hospital Ophir Loyola, referência no tratamento do câncer, explica que “a prevenção e o diagnóstico precoce são realizados por meio do exame preventivo, o Papanicolau (exame citopatológico do colo do útero), que deve ser feito pelo menos uma vez ao ano para mulheres com vida sexualmente ativa, porém, há casos de pacientes que nem sequer fizeram o exame citológico uma vez na vida”, informa o especialista ao afirmar que no hospital, cerca de 70% das pacientes acometidas pela doença estão há mais de dez anos sem fazer o exame preventivo e 50% nunca colheu material para a realização do exame.

Ao contrário do resto do país, no Pará, a exemplo de outros estados do Norte, a incidência do câncer de colo de útero supera o de mama. Somente em 2018, o Hospital Ophir Loyola recebeu 489 casos novos de câncer de colo do útero. Dados do Registro Hospitalar de Câncer do HOL dos últimos anos, apontam que apenas 0,43% das mulheres chegam ao hospital com carcinoma restritos à área inicial; 12,58% no estágio I (tumor restrito a uma parte do corpo, sem comprometimento linfático) enquanto 39,26% já vem com no estágio II (câncer localmente avançado com comprometimento do sistema linfático ou espalhado por mais de um tecido); 28,20% apresenta o estágio III (localmente avançado, espalhado por mais de um tecido e causando comprometimento linfático); 3,25% com metástase à distância (espalhado para outros órgãos ou todo o corpo) e 16,27% não se pode definir o estágio da doença. Vale lembrar que o exame Papanicolau está disponível nos postos de saúde.

A doença - Silenciosa, ela surge a partir de uma célula que cresce desordenadamente e pode se expandir para outro órgão, evolução chamada de metástase. Na fase avançada, surgem sintomas como dor, corrimento com odor fétido e sangramento irregular. A fase ideal de diagnóstico é quando a paciente é assintomática por meio do Papanicolau ou citologia oncótica. “O tratamento ocorre com cirurgia na fase inicial quando a paciente pode ser curada ou cirurgia conservadora se deseja ter filhos. Em casos mais avançados, prescreve-se a radioterapia, algumas vezes a quimioterapia”, informou.

Alguns fatores influenciam no desenvolvimento do câncer de colo de útero: imunidade baixa, tabagismo e contato com o HPV, responsável por mais de 90% dos casos da doença. “O preservativo deve ser usado em todas as relações sexuais e todo indivíduo em idade favorável deve ser vacinado. É um câncer evitável”, enfatiza o especialista.

Há três tipos de vacinação, a bivalente protege do vírus HPV16 e HPV18, a nonavalente (9 sorotipos) disponível na rede privada e a tetravalente - adquirida pelo Sistema Único de Saúde em 2014 - protege contra os vírus HPV 6, HPV 11, HPV16 e HPV18, os dois últimos são mais relacionados com a manifestação do câncer cervical. O Ministério da Saúde recomenda a vacina para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, pacientes com HIV de ambos os sexos e pessoas transplantadas na faixa etária de 9 a 26 anos.