Fundação Cultural do Pará retoma Projeto Seiva
A cada nova edição um encontro entre profissionais que tenham diferentes atuações e abordagens sobre uma mesma linguagem artística. Assim funciona o “Projeto Seiva – Conversações sobre Arte e Ofício”, que integra a programação do “Gran Circo Curro Velho” e retoma as atividades nesta sexta-feira, 27, na Casa das Artes. Os convidados desta edição são Mimi Tortorella e Zuza Bergamasco, de Campinas (SP), e as especialistas Virgínia Abasto e Gilda Marques, conhecidas por sua atuação em Belém.
“Para este projeto sempre trazemos profissionais de outros estados ou países para dialogar com quem trata da mesma linguagem artística na região amazônica. Nesses encontros eles podem abordar temas como processos criativos, produção de conhecimento, criação e experimentação, tudo a partir suas próprias trajetórias”, explica Ruli Moretti, técnica em gestão cultural da Casa das Artes. O projeto existe desde 2012 e era realizado anteriormente no Núcleo de Oficinas Curro Velho. O objetivo é que nas próximas edições ele possa chegar a outros espaços da Fundação Cultural do Pará (FCP).
Os convidados – Mimi Tortorella e Zuza Bergamasco são profissionais especializados em técnicas circenses com uso de aparelhos aéreos e com ampla experiência em arte educação. “Acho que a gente tem que vir aberto para esse tipo de encontro. Pretendo contar um pouco da minha experiência, o modo como trabalho”, comenta Zuza. Apesar de ser trapezista, atua também em outras funções. "Ele é o Bombril da companhia, o faz tudo”, conta ele, aos risos. “O legal de ser trapezista é a liberdade que isso te dá, é poder balançar, voar, ser passarinho. O difícil, depois de vencer o medo, é achar um lugar para fazer isso – aliás, um tema bom para se debater nesse encontro”, completa.
Já Mimi, atua como aerealista, nova expressão usada para quem faz uso do aparelho chamado “lira” – espécie de aro de ferro dentro do qual realiza acrobacias suspenso no ar. “Fico feliz em estar aqui para o Seiva porque é uma oportunidade de saber como as atividades circenses acontecem por aqui, como são fomentadas, e comentar de nossas experiências no Distrito de Barão Geraldo, em Campinas, um polo cultural onde muita gente pratica as artes circenses. Nesse contato com o Curro, vamos saber como crianças e adultos estão se iniciando no circo por aqui”, afirma.
Prata da casa – Nascida em Manaus, a trajetória circense de Gilda Marques foi desenvolvida em Belém. Cria da tradicional família do Circo Kennedy e profissional reconhecida por sua rica experiência de vida no circo tradicional, ela hoje se aposentou dos picadeiros, mas virá ao Projeto Seiva para contar sobre a longa história de amor de sua família por este universo de acrobacias e encantamento.
A argentina Virgínia Abastos – que há muito tempo vive em Belém – é conhecida pelo “Vida de Circo – Produções Circenses na Amazônia”, que organiza entre outras ações nesta linguagem, o “Seminário de Artes Circenses em Belém” e o espetáculo de variedades “Varieté”. Ela contribuirá com os debates sobre produção e fomento de espetáculos voltados para as diversas técnicas circenses.
O encontro encerrará com as apresentações do Mágico Nathan Correa e do grupo Notáveis Clowns, que trazem o espetáculo “Cada Qual no seu Barril”. A dramaturgia do espetáculo é uma livre adaptação da Companhia, inspirada na literatura infantil “Dois Idiotas Sentados Cada Qual no Seu Barril”, da autora Ruth Rocha. A peça, voltada para o público infanto-juvenil, discute de maneira lúdica, temas como a intolerância e a violência.
Serviço: Gran Circo Curro Velho apresenta o Projeto Seiva, nesta sexta-feira, 27, das 18h às 21h, na Casa das Artes (Praça Justo Chermont, 236, ao lado da Basílica de Nazaré). Entrada Franca.