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Detentos casam em cerimônia civil e religiosa no CRPP I

Por Redação - Agência PA (SECOM)
17/04/2015 16h57

Quatro detentos custodiados no Centro de Recuperação Penitenciário do Pará I (CRPP I), em Santa Isabel do Pará, trocaram alianças com as companheiras durante cerimônia civil e religiosa de casamento celebrada na unidade prisional nesta sexta-feira, 17. Dezenas de familiares dos casais lotaram a sala onde ocorreu a celebração, promovida pela Associação Beneficente de Capelania Social (Abecas) em parceria com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe).

Uma das noivas, Tânia Cristina Pantoja, 44 anos, fez questão de ser pontual. Acompanhada dos parentes, ela levou o bolo da festa e não abriu mão de uma superprodução para a data. “O aluguel desse vestido eu ganhei de presente de uma amiga, e o penteado eu mesma fiz. Estou realizando um sonho de vida, porque sempre quis casar”, contou.

Tânia tem um relacionamento de 15 anos com Fred Jorge Brasil, que cumpre pena há quatro no CRPP I. Apesar de todos esses anos de convivência, dois filhos já crescidos e um neto, o noivo estava tão nervoso que mal conseguia falar, mas foi enfático em dizer que a companheira é tudo para ele. “Não podia ter arranjado uma mulher mais maravilhosa que ela. A Tânia é minha alegria, minha força e meu porto seguro. Sem ela, nem sei o que seria de mim”, afirmou.

Durante a cerimônia, aberta com oração e louvores, os quatro casais trocaram os votos matrimoniais e o tão esperado sim. Com as alianças abençoadas, como manda a tradição, eles puderam assinar o livro de Registro de União, oficializando o casamento. “Perante Deus e os homens, vocês formam um casal e simbolizam a união, o amor e a família. O casamento é, sobretudo, uma união de almas, um compromisso que cada um firma com o outro de acompanhá-lo e ampará-lo em todas as horas”, ressaltou o capelão Janildo Monteiro, presidente da Abecas.

Foi esse amor que uniu Ana Lúcia ao, agora, marido, Irlan Artur Cordeiro. Juntos há 17 anos, eles tinham o desejo de casar desde 2002, mas só agora tiveram a oportunidade. “É muito bom poder oficializar nosso casamento, mesmo depois de tanto tempo juntos”, disse ela. Condenado a 20 anos, Irlan já cumpriu quatro deles, e diz que o companheirismo é o que os mantém juntos. “Ela vem me ver toda semana, e sei que posso contar com ela. Nosso amor resiste, apesar de tudo”, frisou.

“Há quatro anos fazemos esse trabalho nas casas penais e acreditamos que a religião e a família são fundamentais para a reinserção social desses presos”, disse o capelão Janildo. Ao final da cerimônia, o capelão Guilherme Nascimento, representante da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), distribuiu Bíblias aos casais.