Orquestra faz homenagem ao choro com concerto no Waldemar Henrique
Um dos maiores nomes da música popular brasileira, Pixinguinha teve a data de nascimento, o dia 23 de abril, escolhida para celebrar o estilo pelo qual era especialmente conhecido: o choro. Em homenagem ao Dia Nacional do Choro, a Orquestra Choro do Pará apresenta o concerto “Pixinguinha”, nesta quinta-feira, 23, às 20h, no Teatro Waldemar Henrique, com entrada franca.
A orquestra é renovada anualmente a partir da entrada de novos alunos do projeto Choro do Pará, da Fundação Cultural do Pará (FCP), que dá aulas de choro a partir múltiplos instrumentos, como violões de seis e sete cordas e cavaquinho. “Esse trabalho proporcionou que vários jovens montassem seus grupos e abriu as portas para esse gênero em Belém”, destaca Carlos “Buchecha” Meireles, músico e professor de cavaquinho.
Apesar de ser uma linguagem musical mais complexa e que, no grau mais avançado, envolve diversos arranjos e, além da técnica, boa desenvoltura, os jovens são os que mais costumam buscar a música a partir da sonoridade do choro. Aline Vieira, 23 anos, participa do projeto e orquestra desde 2010 e conta como se encontrou neste universo de “chorões”.
“Queria aprender a tocar vilão, e o meu pai me apresentou o músico Paulo Moura, mas percebi que não tinha muito jeito. Ele me convidou a participar do projeto, disse que lá eu ia encontrar algo em que eu me encaixasse”. Logo a jovem encontrou seu lugar na percussão, tendo no pandeiro o instrumento que lhe dava a sonoridade que queria ouvir. Ao lado dos colegas, ela se diz uma das pessoas que lutam “por mais espaços abertos ao choro”.
O gênero, que inicialmente mesclava elementos da música africana e europeia, nasceu no fim do século XIX, recebendo, no seguinte, uma grande leva de compositores, instrumentistas e arranjadores, entre eles Anacleto de Medeiros, Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth e Pixinguinha. “Ele era particularmente um compositor à frente do seu tempo. Muitas canções ele só apresentou muito tempo depois por esse medo de que as pessoas não gostassem. Uma dessas canções inovadoras é ‘Lamento’, dividida em três partes”, diz Aline Vieira.
“Lamento” está no repertório da Orquestra Choro do Pará, composto por mais de dez músicas de diferentes artistas. “Os arranjos das músicas são diferentes dos originais, construídos pelos professores do projeto para o formato de orquestra”, destaca Aline. Neste cenário estarão canções de Ary Barroso, como “Aquarela do Brasil”, e de Carlos Lyra, como “Influência do Jazz”.
As oficinas de música foram rministradas nos meses de março e abril, na Casa das Artes, voltadas para cavaquinho, violão, percussão e instrumentos solo direcionadas especialmente para o Choro. O projeto já contabiliza oito anos de ensino teórico e prático do gênero mais genuinamente brasileiro e tão admirado, que, neste período, costuma receber programações especiais em diferentes partes do mundo.
Serviço: concerto da Orquestra Choro do Pará. Quinta-feira, 23, às 20h, no Teatro Waldemar Henrique (Avenida Presidente Vargas, 645, Campina). Entrada franca.
