Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
RECONHECIMENTO

Projetos da Susipe concorrem ao Prêmio Inovare 2015

Por Redação - Agência PA (SECOM)
22/06/2015 18h56

Dois projetos da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) foram selecionados para a segunda fase do XII Prêmio Inovare 2015, uma das mais importantes premiações da Justiça brasileira. Os projetos "Escolar" e "Consolidar Redes Re-Significar Vidas" concorrem na categoria especial "Redução das ações judiciais do Estado: menos processo e mais agilidade".

É a terceira vez que projetos da Susipe concorrem ao prêmio. Em 2013 e 2014, respectivamente, os projetos Conquistando a Liberdade, de reinserção social de detentos, e a Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminina Empreendedora (Coostafe), a primeira do Brasil formada exclusivamente por presas, foram finalistas da premiação e receberam menção honrosa pelas iniciativas.

Nesta segunda-feira (22), o consultor da Innovare, Marco Antônio dos Santos, esteve no Centro de Recuperação Feminino (CRF), em Ananindeua, e na Escola Municipal de Ensino Médio Magalhães Barata, em Belém, onde ocorreu mais uma edição do Projeto Escolar, para avaliar as duas iniciativas. Na segunda fase do concurso é feita uma pesquisa de campo, na qual o consultor aplica um questionário com perguntas para conhecer os projetos em detalhes e coletar dados sobre o andamento de cada um. O objetivo é verificar se as ações funcionam e a relevância delas para o poder Judiciário.

Durante as entrevistas, o consultor gravou depoimentos de diretores e coordenadores dos projetos e conheceu os espaços físicos onde são praticados. “Essa visita é muito importante, pois assegura idoneidade da premiação. Todos os correntes passarão por essa etapa para chegarem as finais”, explica o consultor.

Os projetos da Susipe concorrem com mais 667 iniciativas na categoria “Justiça e Cidadania”, aberta para a sociedade civil em geral. Nela poderiam se inscrever práticas realizadas por qualquer pessoa que desenvolva um projeto que beneficie a Justiça do país. Nas categorias específicas concorrem magistrados, membros do Ministério Público estadual e federal, defensores públicos e advogados públicos e privados de todo Brasil, que aumentem a qualidade da prestação jurisdicional e contribuem com a modernização da Justiça Brasileira. O objetivo do Prêmio Innovare é identificar, premiar e difundir práticas inovadoras. No Pará, oito iniciativas estão concorrendo ao prêmio, sendo duas delas ligadas à Susipe.

Social – O projeto Consolidar Redes Re-Significar Vidas, iniciado em agosto de 2013, faz um serviço específico de cuidado e atenção integral e continuada a detentas com dependências em álcool e drogas. A iniciativa foi baseada no Centro de Atendimento Psicossocial (Caps), e tem parceira com a Prefeitura de Ananindeua. O diferencial, no CRF, é que além do atendimento à dependente química o projeto também presta assistência às traficantes, que correspondem a 80% das custodiadas no centro de detenção que é a unidade prisional no Pará a contar com um centro de tratamento para dependentes químicos dentro do próprio presídio.

“Nosso projeto busca o resgate da identidade dessas mulheres, que às vezes já estão há anos perdidas nas drogas e no tráfico e já nem sabem mais quem são, ou da importância que elas tem como mãe ou esposa para a estrutura da família. Essa iniciativa quer garantir a cidadania e o direito dessas mulheres, mesma no âmbito do cárcere”, afirma Margarethe Freitas, psicóloga e coordenadora do projeto pela Susipe.

Atualmente, 70 internas envolvidas com drogas são atendidas por psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais, enfermeiros e fisioterapeutas. O projeto já beneficiou 150 presas, que receberam alta depois de passar pelo tratamento. Além do atendimento realizado pelos profissionais, o tratamento também é complementado com uso de medicamentos para abandonar o vício.

O Projeto Escolar, por sua vez, iniciado em junho de 2013 é constituído pelo “Papo de Rocha”, uma conversa franca entre alunos de escolas públicas do Estado e detentos ou egressos do sistema penitenciário, além de uma reunião com os pais. O objetivo é sensibilizar estudantes e pais para os perigos do mundo do crime e fazer um trabalho pedagógico de prevenção com os jovens.

Cerca de 2,2 mil alunos já foram beneficiados pela iniciativa, desde a criação, e pelo menos 600 pais já participaram do projeto. O coordenador do Projeto Escolar, Ércio Teixeira, afirma que é uma grande conquista concorrer ao prêmio. “Esse trabalho foi iniciado de forma minuciosa, uma série de pesquisas e ajustamentos foram feitos para ele entrar operação e estar concorrendo ao prêmio é ter o reconhecimento de um trabalho relevante e bem feito. Fico muito feliz em participar”, conta.

Para o consultor Marco Antônio, os dois projetos são muito relevantes e tem boas chances na disputa. “São projetos muito bons, que dizem respeito ao combate às drogas, a vida no crime e por consequência a violência. Um na prevenção e outro no tratamento é muito provável que passem para a final”, assegura.