Representante da polícia comunitária do Japão conhece projeto da Susipe
Representante da Polícia Comunitária do Japão, a perita Hisami Ohashi conheceu nesta terça-feira (1) o projeto Conquistando a Liberdade, da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe). A programação faz parte do intercâmbio de ações do acordo de cooperação técnica Internacional na área de polícia comunitária firmado entre Brasil e Japão.
A representante do Japão visitou a Escola Técnica Estadual Magalhães Barata, no bairro do Telégrafo, em Belém, e acompanhou o “Papo di Rocha”, conversa entre detentos e estudantes, sob supervisão de psicólogos da Susipe, para a prevenção e alerta das consequências do envolvimento com a criminalidade. O bate-papo faz parte das atividades do projeto, que também leva internos da Susipe para fazer serviços de reparo e manutenção em escolas públicas de todo o Pará.
A principal intenção do acordo de cooperação é estabelecer no Brasil um sistema de multiplicação de ações que unam autoridades policiais e a população, usando como base o sistema de polícia comunitária japonês, conhecido como Koban.
Com a ajuda de um intérprete, a perita japonesa acompanhou os depoimentos de dois internos custodiados pela Susipe para cerca de 160 estudantes que lotaram o auditório da escola. “É um projeto realmente necessário e muito relevante para a educação dos jovens do Pará”, disse Hisami, revelando ainda que no Japão existem projetos que oferecem oportunidades aos detentos de conversarem com a comunidade, mas sem a mesma dimensão vista no Pará.
“É uma satisfação poder mostrar nossa atividade e o cuidado que temos para a construção de cada edição do projeto. Temos orgulho de nos vermos inseridos em ações que podem servir de exemplo”, disse o coordenador do projeto, Ércio Teixeira, garantindo que os resultados alcançam os estudantes e também os egressos participantes, que cada vez mais apresentam menores taxas de reincidência.
A eficácia da aproximação do sistema penitenciário e comunidade, como forma de prevenção ao crime, já havia despertado o reconhecimento de outras entidades. Em 2013, o Conquistando a Liberdade foi finalista do Prêmio Innovare, recebendo menção honrosa pelas atividades. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) também já referenciou o projeto como modelo de reinserção social de presos no país.