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CULTURA

Tradição marajoara do carimbó será resgatada em festival

Por Redação - Agência PA (SECOM)
12/09/2017 00h00

O município de Cachoeira do Arari, no Marajó, quer resgatar a essência dos batuques oriundos da microrregião dos campos a partir da realização da primeira edição do Festival de Carimbó Marajoara – o Marakimbó, nos dias 15, 16 e 17 de setembro. A proposta é reunir os ritmos, as danças e gingados de 15 grupos culturais de vários municípios do estado, para reacender uma tradição marajoara que ainda é pouco difundida.

O coordenador da Associação Amigos da Cultura Fazendo Acontecer, Nil Marajó, que está à frente da organização do evento, explica que ainda não existe no Marajó um festival dessa natureza. Ele garante, no entanto, que do ritmo musical amazônico o arquipélago entende, sobretudo cidades como Soure, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, Anajás, Ponta de Pedras e Muaná, e que fazem confluência com a cidade de Cachoeira do Arari, escolhida para abrigar o evento.

“Não se trata de um concurso, mas de uma mostra de dança que tem como objetivo despertar a cultura do carimbó marajoara. Quando se fala em carimbó, o foco é grande para a região de Marapanim, mas o surgimento do carimbó ocorreu no arquipélago do Marajó. Então, o que queremos é fazer esse resgate desse ritmo marajoara, que nasceu na microrregião dos campos”, reforçou Nil Marajó.

Além de reunir os grupos que estão ativos, ele explica que a intenção da organização do evento é incentivar outros grupos que estão parados a voltarem a tocar, promovendo também palestras sobre a importância do carimbó e, após o evento, oficinas de instrumentos musicais para o público infantil.

Já confirmaram presença na programação do Marakimbó os grupos Eco Marajoara e Aruãs (Soure), Paracauary, Sabor da Ilha e Nativos (Salvaterra), Ananatuba (Santa Cruz do Arari), Sedução Marajoara (Anajás), Itaguary e Nuaruaques (Ponta de Pedras) e Os Muanás, de Muaná.

A programação dos três dias do evento terá início a partir das 18h, sempre na praça central de Cachoeira do Arari. Além da mostra cultural, os grupos folclóricos participarão de palestras e visitas ao Museu do Marajó. A programação encerra com um arrastão cultural no domingo, 17, a partir 17h, com a presença de todos os grupos caracterizados pelas ruas da cidade. Mais informações pelos telefones: (91) 98483-1533/98424-4224 ou [email protected].

Campos marajoaras são atração da rodovia PA-154

Além de participar de uma programação voltada para o ritmo marajoara, a cidade de Cachoeira do Arari oferece atrativos naturais, históricos e culturais que merecem registro. O principal acesso à cidade já é motivo para se impressionar com os quilômetros de campos marajoaras, tendo os búfalos como a melhor atração da paisagem. Entregue recentemente pelo Governo do Pará à população marajoara, a rodovia PA-154 interliga os principais municípios turísticos do Marajó: Soure, Salvaterra e Cachoeira do Arari.

Cidade simples, mas rica em hospitalidade, Cachoeira do Arari tem uma população estimada de quase 22,5 mil habitantes, distribuídos em uma área de 3.100 km² e uma economia para a criação do gado bubalino, a pesca artesanal e a venda de peixes e mariscos.

O centro da cidade é simples, formado basicamente por pequenos comércios e o mercado municipal, onde se pode observar a chegada do caboclo marajoara com o ‘peixe na vara’, uma tradição que merece registro, e a praça central, que será palco do primeiro Festival de Carimbó Marajoara. Tudo na rua principal de acesso ao município, a José Rodrigues Viana.

Também merece registro a casa em que cresceu o escritor paraense Dalcídio Jurandir. Localizada a cinco minutos de caminhada da praça, no bairro de Petrópolis, a casa não está aberta a visitação, pois continua como residência da família do escritor. O escritor nasceu na cidade de Ponta de Pedras, também no Marajó, e se criou em Cachoeira do Arari, ambiente rico para a produção de sua primeira obra literária, “Chove dos Campos de Cachoeira”.

A principal atração da cidade está a uma quadra da praça central. Fundado em 1972 pelo padre jesuíta Giovani Gallo, o Museu do Marajó é uma referência no mundo inteiro por reunir um rico acervo da cultura marajoara. O museu registra toda a vida do caboclo marajoara, de forma interativa e lúdica, constituindo-se de um bom arquivo para estudantes e pesquisadores.

De tradição e criatividade em gastronomia, Cachoeira do Arari entende bem, como é o caso dos pratos que dona Zezé prepara no restaurante “Fundo de Quintal”. Entre as opções estão o "frito do vaqueiro", a linguiça de búfala, a coalhada e o açaí, além do charque frito com pirão do leite da búfala e a "cunhapira", uma comida produzida com o caldo do tucumã.

Como chegar

Pelo Terminal Hidroviário de Belém “Luiz Rebelo Neto”, lanchas (R$ 40) saem todos os dias às 12h30, exceto aos sábados e domingos, quando saem às 9h. A viagem dura 2h30. De navio (R$ 24), a saída é às 6h30 e às 14h40 com destino à Foz do Rio Camará, com duração de 3h. Depois, é só pegar van (R$ 20) ou ônibus (R$ 15), e seguir pela rodovia PA-154. A viagem dura uma hora. Para quem vai de carro, balsas saem do Porto da empresa Henvil, na rua Siqueira Mendes, 1096, em Icoaraci. Mais informações: http://www.henvil.com.br.

Onde ficar

Hotel Fazenda: Rua Cel. Guilherme Feio, s/n. Tel. Chalés com central de ar, wifi e estacionamento para 1p (R$ 96) e 2p (R$ 130), com adicional de R$ 30 por pessoa. Mais informações: (91) 98425-4933 (Falar com Lenice).