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Mais de 400 detentos do Pará fazem o Enem para pessoas privadas de liberdade

Por Redação - Agência PA (SECOM)
01/12/2015 19h01

Mais de 400 internos de 35 casas penais da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) participaram nesta terça-feira (1) do primeiro dia de provas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) para Pessoas Privadas de Liberdade (PLL) 2015. O Pará teve este ano o maior número de inscritos desde que o exame começou a ser aplicado, em 2011. Os testes continuam na quarta (2), englobando 45,5 mil pessoas privadas de liberdade em todo o Brasil.

Nesta terça-feira, detentos custodiados na Região Metropolitana de Belém e no interior do Estado tiveram quatro horas e meia para responder a 90 questões de ciências humanas e suas tecnologias e de ciências da natureza e suas tecnologias. Com a aprovação no exame, os internos ganham a certificação do ensino médio e remissão de pena de 132 dias, como determina a Lei de Execução Penal.

Para o segundo dia de prova, na quarta-feira (2), os internos terão o tempo estendido, de cinco horas e meia, por conta da redação, além de responder questões de linguagens, códigos e suas tecnologias e matemática. Para a aprovação, os detentos devem fazer o mínimo de 450 pontos nas disciplinas gerais e 500 pontos na redação.

No Pará, o Enem PPL é aplicado desde 2011 dentro das unidades prisionais. Na quinta edição, é a primeira vez que abrange a participação de egressos do sistema penitenciário, por meio da Fábrica Esperança. Da primeira prova do exame, 21 egressos participaram, juntamente com internos monitorados, no núcleo de monitoramento eletrônico. O exame é coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC), e aplicado pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe).

Contando com 30 participantes, entre egressos e monitorados, o diretor do Núcleo de Monitoramento Eletrônico, Robervaldo Araújo, afirmou que as expectativas foram superadas. “Esse é o primeiro ano que o núcleo participa do Enem PLL, e ficamos surpresos positivamente com o número de inscritos. Houve uma resposta muito boa, e também um empenho muito grande em contatar cada monitorado, para dar informações sobre horário e tudo o que seria necessário para o dia da prova”.

Para o coordenador local do Enem, Argemiro Neto, o aumento do número de participantes é um indicativo de que os custodiados estão valorizando mais a educação. “Em 2014, neste mesmo local, tivemos uma sala com oito participantes. Este ano o número de candidatos mais do que dobrou, e três salas foram reservadas para as provas. Cada vez mais o Enem PPL vem ganhando maior adesão, e isso é um benefício, porque o exame abre portas. Vemos que mesmo as pessoas que estão cumprindo pena querem mudar de vida por meio da educação”.

No Centro de Progressão Penitenciária de Belém (CPPB), onde 15 pessoas, entre 16, fizeram o exame, o interno Kleiton Lima, 29 anos, que participou pela primeira vez da avaliação, já sonha com a aprovação. “Decidi fazer o Enem porque hoje em dia, sem estudo, não se chega a lugar nenhum, e é na educação que quero investir agora. Eu me preparei todos os dias para essa prova, estudando sempre, e parece que meu esforço valeu a pena, porque achei a prova muito boa e até fácil. Tenho fé que vou ser aprovado”, disse.

Ao todo, no primeiro dia de provas do Enem PPL 2015, 416 internos, dos 803 inscritos (ou 52%), participaram do exame nacional no Pará. Segundo a Divisão de Educação Prisional da Susipe, o alto índice de abstenção foi porque alguns presos com alvará não retornaram às unidades prisionais para fazer a prova. Além disso, das 39 casas penais inscritas, quatro unidades não participaram da prova. Os detentos alegaram que não fariam o primeiro dia do exame em protesto a pendências jurídicas. No total, 73 presos zeraram o primeiro dia de provas no Pará.

Os centros de detenção da capital com o maior número de inscrições neste ano foram a Colônia Penal Agrícola de Santa Isabel (CPASI) e o Núcleo de Monitoramento Eletrônico, ambos com 51 detentos inscritos. No interior do Estado, o Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura (CRASHM), em Santarém, foi a unidade com maior número de inscritos, com 50 alunos, seguido do Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes (CRAMA), em Marabá, com 47.