Enem para pessoas privadas de liberdade aborda a valorização do professor
O segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para Pessoas Privadas de Liberdade (PPL) 2015 foi marcado pela redação, que trouxe como tema “O histórico desafio de valorizar o professor”. Cerca de 400 detentos custodiados pela Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe) participaram, nesta quarta-feira (2), do exame em todo o Estado.
No último dia de provas do Enem prisional, os internos tiveram cinco horas e meia para desenvolver uma redação e responder a 90 questões sobre de linguagens, códigos e suas tecnologias e matemática, que abrangem matérias como língua portuguesa, língua estrangeira, literatura, artes, tecnologia da informação, comunicação, educação física e matemática.
Com peso três e valendo mil pontos, a redação é considerada, geralmente, a parte mais temida da prova, mas nesta edição trouxe um tema considerado simples para grande parte dos internos. Com um peso maior do que a prova de múltipla escolha, a redação pode ser responsável por aprovar e classificar o candidato.
O detento Antônio James Barros, 29 anos. Custodiado no Centro de Recuperação do Coqueiro (CRC), onde 30 internos fizeram o Enem PPL, contou como se preparou para o exame. "Considerei fácil a prova de redação, porque veio falando sobre os professores. Acredito que, mais do que ninguém, posso dizer o quanto os professores e a educação estão sendo importantes na minha vida, inclusive para me preparar para essa prova. Recebi material paradidático e participei das aulas regulares e das aulas do Pro Paz Enem. Sem o professor e a explicação que ele dá não seria possível estar aqui”, disse o interno, que faz o Enem pela primeira vez.
Neste ano, a preparação dos detentos custodiados no Pará ganhou um diferencial. “Além das aulas regulares de ensino médio, este ano tivemos um incentivo a mais do Governo do Estado, que por meio do Pro Paz Enem ofereceu aulas preparatórias intensivas dentro das unidades prisionais, com os melhores professores de cursinhos do Estado. Ficamos muito felizes, porque vimos o interesse dos detentos de aproveitar a oportunidade, e agora esperamos bons resultados”, explicou a gerente de ensino acadêmico da Divisão de Educação Prisional da Susipe, Guilhermina Lima.
Para a aprovação, os detentos devem fazer o mínimo de 450 pontos nas disciplinas gerais e 500 pontos na redação. Caso sejam aprovados no exame, os internos ganham a certificação do ensino médio e remissão de pena de 132 dias, como determina a Lei de Execução Penal.
No Pará, o Enem PPL é aplicado desde 2011 dentro das unidades prisionais. Este ano a Susipe contou com o maior número de inscritos desde que o exame começou, com o total de 803 inscritos. Em todo o Brasil cerca de 45,5 mil pessoas privadas de liberdade foram inscritas para o exame, que é coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC), e aplicado pelo Centro de Seleção e de Promoção de Eventos (Cespe).
