Em Belém, seminário aborda quadro atual da hanseníase no Pará
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Hanseníase, participou nesta quarta-feira (13), no Hotel Princesa Louçã, em Belém, do seminário sobre a Situação da Hanseníase no Estado do Pará. O evento foi realizado pelo Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do Pará (Cosems), em parceria com o Ministério da Saúde.
O objetivo da reunião foi discutir o resultado dos indicadores do Programa de Qualificação das Ações de Vigilância em Saúde (PQA-VS) nos municípios do Pará. O programa inclui um conjunto de iniciativas do Ministério da Saúde para o aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde (SUS), voltadas à garantia do acesso integral a ações e serviços de qualidade, contribuindo para a melhoria das condições de saúde da população.
“A oficina contou com a presença da coordenadora Nacional do Programa de Hanseníase, Carmelita Ribeiro, que veio sensibilizar os gestores sobre a importância do combate da hanseníase no Estado. Vamos investir em capacitações técnicas para incentivar na implantação de referências municipais e regionais”, disse Rita Beltrão, coordenadora estadual de Hanseníase.
Controle e tratamento - No Pará, o programa de controle da hanseníase está implantado em 100% dos municípios, e inclui atendimento para pessoas de todas as idades. Em 2008, o Pará dispunha de 597 unidades de saúde, atingindo em setembro de 2015 o número de 812 unidades, um acréscimo de 36%. Esse total corresponde a 75% de unidades com o programa implantado. Elas desenvolvem ações de controle, com atividades de diagnóstico, tratamento, prevenção de incapacidades e educação em saúde.
De forma simultânea aos procedimentos de rotina de combate à doença, o governo estadual já lançou três edições da Campanha Nacional de Hanseníase e Verminoses para estudantes entre 5 e 14 anos, obedecendo às estratégias criadas pelo Ministério da Saúde, para que as secretarias estaduais de Saúde e de Educação orientem os municípios na execução do serviço.
No Estado, de 2004 a 2015 ocorreu uma queda de 36,15% no número de novos casos, que passaram de 7.065 para 2.037. Os números baixaram significativamente durante os últimos 10 anos, mas a meta ainda não foi superada. Diante disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) determinou que até 2026 o objetivo é registrar apenas um caso de hanseníase para cada 10 mil habitantes.
Características - De acordo com informações do Ministério da Saúde, a hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, transmitida por pessoas doentes que fazem tratamento. A doença tem cura, mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou se o tratamento não adequado.
A transmissão pode ocorrer por meio de espirros e tosses de uma pessoa doente e sem tratamento. O contágio não é possível por abraços e apertos de mão. Também não é necessário separar roupas, pratos, talheres e copos do infectado. O tratamento é gratuito e inclui um coquetel de antibióticos, podendo durar até um ano e meio.
Os principais sintomas da hanseníase são manchas avermelhadas, esbranquiçadas ou amarronzadas no corpo, com diminuição ou perda de sensibilidade ao calor, ao tato e à dor; caroços avermelhados, às vezes doloridos; sensação de choque com fisgadas ao longo dos braços e pernas; áreas com diminuição de pelos e suor; e o engrossamento do nervo que passa pelo cotovelo, levando ao comprometimento gradual da força do quinto dedo da mão.