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Dia Mundial de Combate ao Câncer alerta para importância da prevenção e diagnóstico precoce

Por Redação - Agência PA (SECOM)
08/04/2015 09h15

O diagnóstico precoce da leucemia foi fundamental para Kelvin Namias Campos, de seis anos. Acompanhado do pai e da mãe, Erika Namias, 31, o garoto recebeu alta do tratamento realizado durante três anos no Hospital Ophir Loyola, em Belém. Após passar por sessões de quimioterapia durante todo esse tempo, a família comemora o fim do tratamento.

Não é possível prevenir o câncer em crianças, os sintomas são muito parecidos com os de doenças comuns na infância. Mas assim que percebeu a palidez e manchas roxas no filho, Erika o levou para uma avaliação médica. O hemograma apresentou anormalidades e outros exames, como o mielograma, foram realizados e atestaram a leucemia. O bom prognóstico da criança foi possível graças ao olhar atento da mãe.

Nesta quarta-feira, 8 de abril, é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Câncer. A data foi criada pela Organização Mundial de Saúde para oferecer informações que facilitem o acesso à prevenção, às ações de detecção precoce e ao tratamento do câncer e assim reduzir a mortalidade pela doença.

Todo ano, mais de 12 milhões de pessoas são diagnosticadas com câncer no mundo e cerca de 8 milhões morrem. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) José de Alencar considera que no Brasil sejam 580 mil casos novos e alerta que se medidas efetivas não forem tomadas haverá 26 milhões de casos novos e 17 milhões de mortes por ano no mundo em 2030, sendo cerca de 2/3 em países em desenvolvimento, como o Brasil.

Para 2015, o Inca estima 8.630 casos novos de câncer no Pará, deste total 4.110 em homens e 4.520 em mulheres. No sexo feminino os tipos mais prevalentes são os de colo de útero, em segundo o de mama e em terceiro o de estômago. No masculino são o de próstata, de estômago e de pulmão, respectivamente.

Sinais

Alguns indivíduos estão geneticamente predispostos a desenvolver um tipo particular de câncer, independente da ação do ambiente. Em adultos, mudanças nos estilos de vida ajudam a reduzir as chances de desenvolvimento da doença, mesmo em pessoas que nascem com propensão genética.

A oncologista do Hospital Ophir Loyola, Rita Carneiro, afirma que a maioria dos cânceres estão associados a exposições ambientais e ao estilo de vida. “Evitar maus hábitos como alimentação inadequada, o sedentarismo, uso de tabaco e abuso no consumo de álcool, ajudam a diminuir a mortalidade pela doença”, explica, acrescentando que além desses fatores, infecções crônicas por vírus, como a hepatite B e o HPV, sobrepeso e obesidade, radiação e exposição a substâncias químicas são outras causas do aumento da doença.

“Se a pessoa tem histórico de câncer na família, deve passar por avaliação e exames periodicamente. Ao apresentar alguma suspeita, a recomendação é que seja encaminhada a um oncologista para fazer o diagnóstico correto e rápido. Assim são maiores as chances do tratamento dar certo e de diminuir possíveis complicações que aparecem mesmo depois do tumor ter sido tratado”, orienta a oncologista.

Ações de Governo

O maior desafio no Tratamento oncológico está no diagnóstico precoce, segundo Patrícia Martins, da Coordenação Estadual de Oncologia da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Ela afirma que medidas preventivas são implementadas com o objetivo de reduzir os números de casos novos, mortalidade e incidência da doença, como os programas de controle ao tabagismo, promoção da alimentação saudável à vacinação para Papilomavírus humano (HPV) e orientação para a realização de exames preventivos como o papanicolau. Tais medidas e estratégias de controle do câncer são adotadas para que os números de doentes não ultrapassem os recursos para diagnóstico, tratamento e acompanhamento da doença.

Martins destaca que em todo o Pará serão montados Serviços de Referência no Diagnóstico de Câncer de Mama e Serviços de Referência de Diagnóstico e Tratamento de Câncer de Colo do Útero. Os serviços vão funcionar para que a mulher tenha acesso ao diagnóstico e ao tratamento precoce mais próximo da sua região. Somente os casos avançados serão encaminhados para o Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), Ophir Loyola, que realiza mais de 1 milhão de atendimentos de câncer ao ano.

O Plano de Atenção Oncológica do Estado passa por reestruturação, incluindo toda a rede de assistência com a organização dos fluxos de atendimentos. "O Plano já está aprovado e será reformulado até agosto de 2015 com recredenciamento de Cacon e Unidades de Alta complexidade em Oncologia (Unacon's). A ideia é ofertar uma linha de cuidados, em todos os níveis de atenção, isto incluiu desde a prevenção, o diagnóstico precoce, cuidados paliativos e reabilitação”, informou.

No Estado, a assistência aos pacientes com câncer é realizada no Hospital Ophir Loyola, Unacon's do Hospital Universitário Barros Barreto e Hospital Regional do Baixo Amazonas. A implementação da Unacon de Tucuruí e do Hospital Oncológico Infantil está prevista para o final do primeiro semestre, juntas as unidades atenderão à demanda nas 13 regionais de Saúde do Estado.