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Alunos protestam contra falta de professores em escola de Vigia

Por Redação - Agência PA (SECOM)
14/05/2015 18h04

Revoltados com a ausência de professores na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Santa Rosa, localizado no KM 39 da Rodovia PA-140, em Vigia, no nordeste do Pará, pais e alunos interditaram a pista em protesto contra a greve dos professores, que já dura 51 dias. O objetivo era chamar a atenção dos docentes, que, segundo os manifestantes, aparecem no colégio apenas pela manhã para marcar o ponto de frequência.

"Os alunos estão aqui, querendo estudar, e estão passando por humilhação. Todos os professores receberam no último dia 5, mas nenhum aparece para dar aula. O que a gente quer é que o professor trabalhe. Os alunos estão aqui pra estudar”, disse a dona de casa Márcia Ferreira, mãe de uma estudante. Cerca de 800 crianças, adolescentes e adultos estudam na escola, que atende alunos de cerca de 30 comunidades rurais e vilarejos da região. A aposentada Ana Lúcia Pinheiro também tem uma filha que depende da Escola Santa Rosa pra concluir o ensino fundamental. Ela está indignada com a falta de aula e de professores. "Isso é um abuso. Eles estão recebendo e não fazem nada. Não pensam nas crianças que estão sem estudar. Sobra para mim, que tenho de ensinar minha filha em casa", protestou.

O estudante Alan Duarte, 11 anos, que cursa a quinta série do ensino fundamental, está ansioso para o retorno das aulas. "Quero que as aulas recomecem para eu continuar aprendendo. Só falta os professores voltarem a trabalhar", frisou. Para a estudante da oitava série Lorrane Santos, os professores têm o dever de dar aula, já que estão com os salários em dia. "Eles estão recebendo. E as aulas? Não temos. Nenhum deles vem. Isso é uma falta de respeito", reforçou. A aposentada Wanderleia Silva tem quatro filhos que dependem da educação da escola Santa Rosa. Um deles faz o terceiro ano do ensino médio. "Essa greve abusiva não vai levar a nada. Só dá prejuízos para a gente", afirmou.

O KM 39 da PA-140 foi interditado às 10 horas desta quinta-feira (14). A Polícia Militar foi chamada para negociar a liberação da rodovia. "A principal reivindicação dos manifestantes é a volta das aulas, a substituição dos professores faltosos. Esta escola tem uma função importante, porque atende um público de comunidades rurais das redondezas. Entendemos o ato público e viemos aqui para garantir a segurança dos manifestantes e motoristas e apaziguar o protesto da melhor forma possível", disse o major Michel Camarão, comandante da 3ª Companhia Independente da PM. A via foi liberada totalmente por volta das 15h. Os manifestantes prometem fechar a PA-140 novamente nesta sexta feira (15), caso os professores não apareçam para dar aula.

O governo sentou seis vezes à mesa de negociações desde o início do movimento. A cada rodada, os secretários Helenilson Pontes (Educação), Alice Viana (Administração) e José Megale (Casa Civil), representando o Governo do Estado, apresentaram propostas buscando atender todas as reivindicações do Sintepp, para o retorno às aulas e término do prejuízo aos estudantes. Nesta quinta-feira, 14, o governo entregou ao Sintepp ofício reforçando as propostas do Estado para que a greve chegue ao fim.

No documento, o governo garante a manutenção do processo de negociação e reafirma que sempre esteve aberto ao diálogo com todas as categorias sindicais, e assim permanecerá. No entanto, entende que o processo de negociação é incompatível com a interdição de vias públicas, ocupação e depredação de prédios públicos, desrespeito a decisões judiciais e estado permanente de greve.