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RESSOCIALIZAÇÃO

Relato de vida de ex-interno motiva adolescentes da Fasepa

Por Redação - Agência PA (SECOM)
15/05/2015 13h44

Uma roda de conversa com o relato de vida de um ex-interno mobilizou a comunidade socioeducativa do Centro de Internação Jovem Adulto Masculino (Cijam), localizado na Região Metropolitana de Belém, nesta quinta-feira (14). O encontro teve um caráter motivacional, com o foco na conscientização destes adolescentes por meio do diálogo.

À época, o rapaz, então com 15 anos de idade, cumpriu medida socioeducativa de internação por seis meses na antiga Fundação da Criança e do Adolescente do Pará (Funcap), em 1995. Segundo ele, foi um momento difícil, mas de grande aprendizado. Hoje, com 35 anos, D’joy Paxiuba Oliveira se diz uma pessoa vitoriosa e realizada por ter dado a volta por cima e revela que a decisão de transformar a realidade de vida é uma escolha de cada um.

Filho de um funcionário público e de classe média, o rapaz se diferenciava do perfil socioeconômico, das características físicas e da estrutura familiar da grande maioria dos adolescentes internos que cumpriram medidas socioeducativas naquela época. D’joy revela que nem isso foi suficiente para evitar que ele tomasse algumas decisões das quais não se orgulha, mas buscou aprimorar a fé em Deus, a paciência, a tolerância e aprendeu a dar mais atenção às pessoas que realmente queriam vê-lo prosperar na vida.

“Estar novamente neste lugar me traz muitas lembranças, é um misto de alegria e tristeza. Alegria por estar aqui passando uma mensagem positiva, de fé e esperança a estes jovens e de poder entrar e sair pela porta da frente de cabeça erguida. Mas triste por ver esta situação se repetir com outros adolescentes. Mas Deus tem um propósito para cada um deles, assim como teve para mim”, avaliou D´joy, que agradeceu, inclusive, a atenção e os conselhos da equipe que o acompanhou na época em que esteve na instituição.

Segundo o Núcleo de Planejamento da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa), a maioria dos internos são negros, pobres, oriundos de bairros periféricos e estão com déficit idade-série, entre outras características. Os dados revelam, ainda, que 74,25% dos adolescentes pararam os estudos entre a alfabetização e a 2a série do Ensino Fundamental.

Os olhares atentos a cada palavra e gestos de D’joy Paxiuba indicavam que em algum momento da vida as histórias e as experiências pessoais daqueles adolescentes de alguma forma se relacionavam. Dos atuais 24 socioeducandos que estão no espaço, 17 estavam participando da programação.

Entre os adolescentes, um em especial chamou a atenção pelo fato de ter passado a adolescência nas unidades socioeducativas da Fasepa. “Saí e voltei várias vezes durante esse tempo. Eu gostei muito desse momento porque ele falou várias coisas pra gente que no fundo ele tem razão. Isso dá mais vontade de cumprir a minha medida de boa e cuidar dos meus estudos, da minha família e da minha filha que vai nascer daqui a três meses. Eu aprendi que a gente deve fazer o bem, para colher o bem e que as nossas ações têm consequências”, frisou o adolescente.

A gestora do Cijam, Jordana Carvalho, acredita que a vivência de alguém que passou pelas mesmas dificuldades que estes jovens estão passando é assimilada de uma forma diferente e, eles passam a tomar aquelas experiências como exemplos para suas próprias vidas. “Quando a gente traz alguém com uma experiência de vida parecida com a que muitos deles estão passando soa mais próxima à realidade na qual vivenciam neste momento. A aceitação é muito melhor, por isso, nós pretendemos dar continuidade em ações parecidas como esta”.