Campanha de erradicação da febre aftosa no Marajó começará em 15/08
A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) dará início, no próximo dia 15 de agosto, à Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa no Arquipélago do Marajó - Etapa 2015. Na manhã desta quarta-feira, 12, a Adepará reuniu o setor produtivo da região em evento realizado durante toda a manhã, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa). Nos dias 24 e 25 de agosto, os encontros serão em Salvaterra e Breves.
Pecuaristas, representantes de associações e entidades ligadas aos municípios marajoaras estiveram presentes no evento. “Vocês são primordiais para o sucesso desta etapa da campanha no Marajó, que apesar de estar próximo a Belém, é uma região onde temos dificuldades para realizar a cobertura vacinal por conta das peculiaridades climáticas, de logística, de transporte e de cultura. É dentro desse cenário real que estamos aqui, agora, pedindo o empenho e o envolvimento de quem conhece o Marajó e pode colaborar muito com esta campanha”, ressaltou Luciano Guedes, diretor geral da Adepará.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), Carlos Xavier, explicou que, no Pará, 75% da matéria-prima produzida é vendida a outros estados e países que estabelecem um alto nível de qualidade como principal critério para adquirir esses produtos. “Aqueles que nos compram tem o foco muito forte na qualidade, daí a importância de nós, produtores, estarmos aliados a todos aqueles que zelam por isso, que é o que a Adepará faz”, pontuou Xavier. O apoio veio ainda do vice-governador de Roraima, Paulo César Quartiero, que também é produtor rural no Marajó. “Nossa prioridade é manter o Estado livre da doença e desenvolver a pecuária do Marajó e a nossa região”.
O produtor e médico veterinário Antônio Francisco de Araújo, do Núcleo Marajó, que reúne 28 sindicatos rurais da região e do Baixo Tocantins, falou sobre a importância da vacinação. “Diferente dos outros municípios que recebem duas etapas de vacinação ao longo do ano, o Marajó é tratado peculiarmente quando o assunto é a imunização do rebanho, já que mais de seis meses do ano a região fica inundada. Os grandes produtores têm instalações para vacinar seu gado, mas os pequenos, com 5, 10 animais, não conseguem fazer isso e o trabalho realizado pela Adepará nesse aspecto é muito importante. Ano passado, já conseguimos alcançar 99% de índice vacinal”, revelou.
Dez mil doses de vacinas serão distribuídas sem custos pela Adepará para as propriedades com até 20 cabeças, onde será realizada vacinação com agulha oficial, ou seja, feita com acompanhamento dos técnicos da Agência. Para esses locais, uma estratégia diferenciada será montada. “O objetivo é facilitar a vida do produtor, já que nossos vacinadores, ao visitarem as propriedades para a imunização, já realizarão todo o trabalho posterior de atualização cadastral e comprovação da vacina junto à Adepará, não havendo mais a necessidade de deslocamento do produtor ao escritório da Agência para realizar este serviço”, diz o gerente regional da Adepará em Soure, Mário Tavares.
Marajó – A Campanha Estadual de Vacinação contra Febre Aftosa no Arquipélago do Marajó começará no próximo dia 15 de agosto, em 15 municípios, e segue até 30 de setembro. A meta da Agência é imunizar 574.346 animais em 2.058 propriedades cadastradas na Adepará. O produtor rural é o responsável pela vacinação de próprio rebanho. A vacina deve ser adquirida dentro do prazo em revenda cadastrada pelo órgão. O prazo para apresentar o atestado de controle da propriedade na Adepará encerra em dia 15 de outubro.
No Marajó, a vacinação irá acontecer nos municípios de Anajás, Bagre, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Muaná, Ponta de Pedras, Portel, Salvaterra, Santa Cruz, São Sebastião, Soure, Afuá, Breves e Melgaço. Atualmente, o Marajó possui cerca de 320.980 búfalos. “O Marajó recebe a vacinação em etapa única, com duração de 45 dias, devido as condições de solo, clima e chuvas do arquipélago”, detalhou o gerente.
No Marajó, os municípios considerados livres de febre aftosa são Anajás, Bagre, Cachoeira do Arari, parte de Chaves, Curralinho, Muaná, Ponta de Pedras, Portel, Salvaterra, Santa Cruz do Arari, São Sebastião da Boa Vista e Soure. Os não livres de febre aftosa são Afuá, Breves, Melgaço e parte de Chaves. “Os municípios não livres fazem parte da zona de proteção, que garante o controle do trânsito de animais entre os estados do Amapá (que não é livre da doença) e demais municípios do Pará”, detalhou George Santos.
Ter o rebanho paraense livre da febre aftosa é de fundamental importância para a economia do Pará, já que um melhor status valoriza a qualidade do produto, aumenta a possibilidade de abertura de novos mercados, além de gerar mais emprego e renda ao Estado.