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CULTURA

Festival de Ópera mostra obra sobre amores de juventude de três cardeais

Por Redação - Agência PA (SECOM)
17/08/2015 13h52

"Como é diferente o amor em Portugal". A frase dita pelo cardeal português Gonzaga, personagem da ópera “A Ceia dos Cardeais", do compositor paraense Arthur Iberê de Lemos, foi reproduzida pelo baixo Carlos Eduardo Marcos, durante ensaio pré-geral na igreja de Santo Alexandre, no centro histórico de Belém, na noite do último domingo, 16. 

A encenação faz parte da programação do XIV Festival de Ópera do Theatro da Paz, promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult). Antes do espetáculo, o musicólogo Mauro Chantal fará a palestra “Da Criação, da Estreia. Do Esquecimento e do Resgate: a Ópera ‘A Ceia dos Cardeais’ de Arthur Iberê de Lemos”, objeto de uma longa pesquisa feita por ele.

Amores - “Pode-se lá viver sem ter amado alguém!", completou o baixo Carlos Eduardo Marcos, que, junto com o tenor Paulo Mandarino e o barítono Inácio de Nonno, representam os três cardeais da ópera. A estreia será nesta terça-feira, 18, às 20 horas, na igreja de Santo Alexandre. “A Ceia dos Cardeais” terá mais duas récitas, nos dias 19 e 20, no mesmo horário. Os ingressos ainda podem ser adquiridos na bilheteria do Theatro da Paz, ao preço de R$ 30,00.

Já caracterizados com o figurino de cardeais, os cantores foram acompanhados pela Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz (OSTP), regida pelo maestro Carlos Moreno, com direção cênica de Mauro Wrona. Além dos três cantores, a ópera conta com 16 figurantes e bailarinos. O figurino é assinado pelo paraense Hélio Alvarez.

A ópera é escrita para três solistas, tenor, barítono e baixo, que representam três velhos cardeais reunidos – um espanhol, outro português e ainda um outro, francês - em uma ceia no Vaticano, ocasião que resolvem confidenciar, uns aos outros, seus amores juvenis, antes de decidirem-se pela carreira eclesiástica. Assim, cada episódio referido pelos personagens é identificado pela música e representação teatral.

Durante os relatos, os religiosos falam sobre assuntos do cotidiano, como a vida na igreja, a sucessão papal e, é claro, o amor. O espanhol Rufo, de 73 anos, é o mais exagerado ao relatar suas histórias de amor. O francês Montmorecy, de 60 anos, exalta as mulheres que já possuiu. O único que não foge da verdade é o português Gonzaga, de 81 anos, que revela ter entrado para a Igreja, após ter uma desilusão amorosa. A montagem promete emocionar o público.

Luz - um dos maiores cuidados com o espetáculo foi o de que ele não interferisse na beleza arquitetônica da igreja de Santo Alexandre, e sua construção barroca. Alguns cuidados foram tomados como, por exemplo, fazer uma preparação na parede de fundo da área de recuo, onde a OSTP vai ficar colocada.

O outro cuidado foi com a iluminação. O responsável pela luz do espetáculo é o paulista Joyce Drummond. Com a experiência de ter feito a luz de títulos como o musical “O Grande Circo Místico”, de Chico Buarque e Edu Lobo, ele está bem à vontade com o trabalho desenvolvido. “Temos na igreja duas luzes. A luz expositiva já que a igreja é um museu também, e a luz cênica. Nosso empenho foi o de conjugar essas duas iluminações”, explica Drummond.

“A igreja já é um cenário natural belíssimo e buscamos valorizá-lo, para que ele fique mais lindo do que é. Tiramos proveito de algumas limitações que o espaço nos impôs, mas essas mesmas limitações nos ajudaram a criar esse ambiente, para que as pessoas se sintam assistindo a esse momento íntimo na vida desses cardeais. E assim, buscamos a simplicidade de cada detalhe da igreja”, completou o iluminador.

Serviço: “A Ceia dos Cardeais”, de Iberê de Lemos, nos dias 18, 19 e 20, às 20h, na igreja de Santo Alexandre, na Cidade Velha. Programação do XIV Festival de Ópera do Theatro da Paz. Ingressos a R$ 30, à venda na bilheteria do Theatro da Paz. Informações: 4009 8759.