Paralisação de escolas preocupa estudantes que farão Enem este ano
A suspensão de aulas, num clima de movimento grevista, preocupa estudantes que farão o teste do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em novembro. Eles se manifestaram nesta sexta-feira, 15, ao avaliarem o impacto da suspensão das aulas por causa da ausência de professores nas escolas.
Levantamento da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), até às 15 horas desta sexta-feira, na Região Metropolitana de Belém (RMB), revela que um grande número de escolas funcionou normalmente. Das 190 unidades de ensino que relataram sobre a paralisação no segundo dia de greve, 176 (92,63%) funcionaram normalmente; somente duas paralisaram e 12 escolas funcionaram parcialmente.
A amostragem aponta que a grande maioria das escolas da RMB não aderiu à greve. Os dados apontam que todas as 19 escolas localizadas no bairro da Cremação, e que integram a Unidade Seduc na Escola - USE 4, funcionaram sem problemas. No Bairro de Nazaré, onde estão sediadas as escolas da USE 5, apenas uma das 17 unidades funcionou parcialmente e as demais mantiveram as aulas.
Não adesão grante ano letivo
Na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Ruth dos Santos Almeida, que oferece Ensino Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), no conjunto Maguari, bairro do Coqueiro, em Belém, os cerca de 1.500 alunos tiveram aulas normais nesta sexta-feira.
Os estudantes, principalmente os do Ensino Médio, manifestaram-se preocupados: “Por enquanto está tudo normal, mas, se os professores decidirem parar, vai ser complicado pra gente, pois estamos já perto do final do ano”, disse a jovem Laila Tavares, de 16 anos, aluna do 1° ano do Ensino Médio.
A professora de História da Escola, Ruth Barros, explicou que os mais de 60 educadores da instituição tiveram uma reunião e decidiram, de imediato, não aderir à greve. “Pelo menos enquanto estiverem acontecendo as negociações, não devemos aderir. Poderia ser uma precipitação da nossa parte e não queremos atrasar ainda mais o ano letivo dos alunos”, disse.
Na Escola Estadual Avertano Rocha, em Icoaraci, os 75 professores também não aderiram ao movimento grevista. “Eles fizeram uma reunião e decidiram não parar. O sentimento que temos aqui é de que isso não deve acontecer”, informou a vice-diretora, Denise Del-Teto. A escola tem 2.700 estudantes, apenas do Ensino Médio.
O jovem Henrique Ferreira, de 18 anos, aluno da Escola, também disse que a greve é motivo de preocupação para os estudantes, sobretudo os do terceiro ano, devido à proximidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Embora a gente saiba que a greve é um direito dos professores, certamente isso nos preocupa, pois, estamos às vésperas do Enem e precisamos finalizar a nossa preparação”, pontuou.
A mesma avaliação tem outro aluno do terceiro ano do Ensino Médio, Marcos Santos, de 18 anos. “Com certeza, a greve é uma notícia que nos traz angústia, pois o ano letivo já está um pouco comprimido, ainda em função de uma outra greve e, se uma nova paralisação acontecesse, a gente iria se atrasar mais ainda”, frisou.
Maioria das escolas funcionou
Na Região Metropolitana, 190 escolas, de um total de 346, relataram o quadro de funcionamento. Apena duas escolas não funcionaram, significando que, extraindo 12 que operaram parcialmente, 92,63% das escolas informantes não aderiram à greve. No interior do Estado, de um total de 516, 197 escolas informaram o funcionamento e destas, 175 estão com rotina normal, o que implica que 88,83% tiveram aulas, somente 10 escolas paralisaram suas atividades e 12 escolas funcionam parcialmente.
No interior do Pará, das 516 escolas geridas por 20 Unidades Regionais da Seduc, 169 relataram sobre o funcionamento. Na Unidade Regional (URE) 4, sediada em Marabá, das 64 escolas dessa regional, 49 funcionaram normalmente. E, no oeste paraense, as 40 escolas da URE 5, com sede em Santarém, todas funcionaram.
Com reportagem de Elck Oliveira e Eduardo Rocha – Ascom Seduc