Unidades Básicas de Saúde iniciam a terceira etapa do Método Canguru
A partir dessa semana, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros do Tapanã, Marambaia e Jurunas serão habilitadas para iniciarem os atendimentos da terceira etapa compartilhada do Método Canguru. “A princípio as três UBS serão referência no atendimento da terceira etapa compartilhada, mas a intenção é que esse atendimento também seja feito nas demais unidades de saúde do Estado, beneficiando a mãe, a família e principalmente o bebê prematuro e de baixo peso”, explica a pediatra e neonatologista Vilma Hutim, coordenadora estadual e tutora do método na Santa Casa.
Em maio deste ano, a Santa Casa, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e o Ministério da Saúde, capacitou 30 profissionais da Estratégia Saúde da Família e das UBS para atuarem como tutores do método. Durante a última semana, de 9 a 11 de setembro, os profissionais de saúde dessas unidades participaram de uma capacitação na Santa Casa, onde puderam vivenciar, por meio de simulações, as três etapas do método.
A capacitação complementou o atendimento às crianças prematuras, que era escasso. “Atualmente vivemos em um cenário de redução da mortalidade materna e infantil, então essa capacitação no método é essencial, até porque quando esses bebês prematuros chegam à atenção básica, geralmente os profissionais os encaminham de volta para o hospital, porque não temos como atendê-los. Agora estaremos preparados para dar continuidade à atenção de que eles precisam”, disse a enfermeira da unidade da Marambaia Christian Cavalcante.
A Santa Casa trabalha para que a terceira etapa compartilhada chegue aos 144 municípios do Estado, levando esse atendimento para próximo de todas as famílias, já que muitas dependem diretamente da maternidade para dar continuidade ao acompanhamento dos recém-nascidos. “Esse bebê é bem cuidado aqui no hospital e continuará esse acompanhamento após a alta sendo atendido nas UBS. O Método Canguru começa na atenção básica, quando a mulher é uma gestante de alto risco”, diz a consultora do Ministério da Saúde Sandra Souza.
Referência – Desde 1999, o Ministério da Saúde vem implantando a política de atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso (Método Canguru), uma proposta de humanização da assistência neonatal baseada em quatro fundamentos básicos: acolhimento ao bebê e à família; respeito às singularidades; promoção do contato pele a pele (posição canguru), e o envolvimento da mãe nos cuidados com o filho.
Em 2007 a Santa Casa implantou a sistematização das três etapas do método, e hoje o hospital, além de referência em gravidez de alto risco, é pioneira em relação ao Método Canguru. “Esse método é uma forma de cuidado da criança. A gente inclui o recém-nascido de baixo peso, ou seja, aquele que com 2,5 quilos ou menos ou é prematuro. O cuidado é com a família toda, para ajudá-la a lidar com esse bebê que precisa de cuidados especiais” ressalta pediatra neonatologista Vilma Hutim.
As três etapas do Método Canguru:
1ª Etapa – Começa no pré-natal, seguido de internação do recém-nascido de baixo peso na Unidade Neonatal (Unidade de Tratamento Intensivo - UTI neonatal e Unidade de Cuidados Intermediários);
2ª Etapa – O bebê tem sua permanência contínua com a mãe na Enfermaria Canguru, de modo que os cuidados com o recém-nascido tenham maior participação materna;
3ª Etapa – Caracteriza-se pelo acompanhamento da criança e da família no ambulatório até o bebê atingir o peso mínimo de 2,5 quilos, mantendo-se a abordagem biopsicossocial.