Pesquisadores da Santa Casa do Pará publicam artigo sobre controle e prevenção das hepatites B e C
O estudo publicado na revista Research, Society and Development (vol. 11, nº 3/2022) foi realizado na maternidade da Fundação Santa Casa do Pará, uma das maiores maternidades da América Latina. O artigo trata sobre controle e prevenção das hepatites B e C na gravidez e amamentação.
Sob a coordenação da nutricionista Pilar de Oliveira Moraes, professora doutora, servidora da Fundação Santa Casa, com a participação de uma equipe multidisciplinar de pesquisadores composta por Elisabeth Ribeiro (Instituto Evandro Chagas), Vanda Marvão (Fundação Santa Casa), Ingrid Pimentel (UEPA), Thaís Santos (FSCMPA), Xaene Maria Mendonça (FSCMPA), Lizomar Móia (UEPA) e Juarez Quaresma (UEPA).
Pilar Moraes destaca que o objetivo do estudo foi analisar o conhecimento de profissionais da saúde sobre os protocolos para controle e prevenção das Hepatites B e C: da gravidez à amamentação. Foi um estudo transversal qualitativo, realizado na maternidade que é uma das referências do país.
A coleta de dados foi realizada no ano de 2019, com profissionais e residentes multiprofissionais em saúde da linha do cuidado materno infantil, sendo aplicado questionário com quatro itens sobre o conhecimento dos procedimentos para controle e prevenção das hepatites B e C.
O estudo abrangeu vários profissionais, sendo 52,2% residentes, 39,1% servidores do nível superior e 8,7% servidores dos níveis médio e elementar. a maioria residentes (52,2%), sugerindo que o hospital continuasse o trabalho com estratégias relacionadas à educação em saúde para comunidade e educação permanente aos demais.
Recomendações
Em 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a um acordo que as hepatites virais deveriam ser eliminadas até 2030, porém poucos países têm plano de eliminação, faltando ferramentas com compromissos e monitoramento para o alcance desta meta.
Para evitar a transmissão vertical de doenças infecciosas como as hepatites B e C e garantir a amamentação de forma segura, a formação continuada dos profissionais de saúde, com valorização no acolhimento, no acompanhamento, na busca ativa de gestantes, o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno são fundamentais.
O estudo identificou que a linha de cuidados em maternidade para a prevenção da transmissão vertical precisa de um cronograma periódico com estratégias de educação e saúde, educação permanente e continuada, na percepção de residentes e profissionais de saúde e que a vinculação de mães soropositivas para hepatite B no pré-natal com maternidade para o parto, possibilita que a Imunoglobulina e Vacina contra hepatite B esteja disponível para ser administrada até 12h pós-parto.
A pesquisa apontou também sobre a importância dos protocolos de prevenção e controle para hepatites virais, como os rastreamentos das hepatites B e C com os testes rápidos e imunização das três doses da vacina contra a hepatite B no pré-natal; Aplicação da imunoglobulina e a primeira dose da vacina contra hepatite B para o bebê na sala de parto para filhos de mães positivas para hepatite B, o manejo adequado para estímulo e manutenção da amamentação.
Outro ponto fundamental para o estabelecimento da amamentação é a atitude de apoio útil em cada fase do pré-natal dos profissionais da saúde ao binômio mãe-bebê, principalmente no período perinatal, bem como o fortalecimento de uma rede de apoio para o segmento adequado ao aleitamento materno seguro na ocorrência de hepatites B e C.
O resultado da pesquisa aponta novos estudos com a rede de atenção à saúde, população e um maior tempo, o que possibilitará um diagnóstico mais amplo, servindo de subsídio para tomada de decisão de gestores na perspectiva de eliminação da transmissão vertical. Considerando ainda que políticas públicas de implantação, implementação e divulgação dos procedimentos de controle e prevenção da transmissão vertical de hepatite B ou C são caminhos que gestores devem buscar.