Transporte aéreo salva vidas no interior do Pará
O transporte de pacientes em situação de emergência em helicópteros do Grupamento Aéreo de Segurança Pública, além de salvar vidas, consolida a integração da rede hospitalar do Estado. Neste ano, o Graesp resgatou 18 pacientes por mês, em média, dos municípios que não dispunham de hospitais de média e alta complexidade para centros de referência com essa capacidade.
Somente em outubro, o número de atendimentos ficou acima da média: foram 22 operações. Nelas, o Graesp atua em conjunto com a Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública), Polícia Civil e Corpo de Bombeiros. O Hospital Geral em Tailândia (HGT), na mesorregião do nordeste paraense, transferiu três pacientes, em outubro, sendo dois para o Hospital Regional Público do Leste (HRPL), em Paragominas, na região nordeste, com Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), e um recém-nascido com cardiopatia, para o Hospital Gaspar Viana, em Belém.
Um dos casos foi o do jovem A.M.S, 17, vítima de acidente de motocicleta, que provocou TCE. Residente na Vila Olho D’Agua, em Tailândia, ele deu entrada no hospital, dia 18/10,desacordado e sem responder ao chamado. Após avaliação clínica, a vítima foi mantida na Unidade de Cuidados Intensivo (UCI), onde evoluiu com oscilação do nível de consciência. Mas, ele apresentou piora clínica com redução da proteção de via aérea, exigindo atendimento de alta complexidade, sendo transferido em transporte aéreo (Graesp) para o HRPL, dia 20.
Compondo a equipe de remoção desse paciente para o HRPL, a Dra Ângela Guimarães, médica da Sespa, classifica de extrema importância o trabalho de transferência aérea de pacientes graves, tendo em vista as dimensões continentais do Estado. “Prioritariamente este serviço ajuda a salvar vidas. Pense no tempo de barco ou através de rodovias, e locais de difícil acesso que esses usuários em estado grave enfrentariam. Nosso papel é encurtar este caminho e chegar com o paciente a tempo de salvá-lo e recuperá-lo”, explicou.
Para ela, esse serviço tem papel fundamental, que além de salvar vidas de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), evita a sobrecarga da estrutura hospitalar em Belém, sempre com a mediação de uma equipe de Regulação, que tem importante parcela de contribuição para remoções de pacientes entre os hospitais do interior, dentro da necessidade do paciente e sem o comprometimento desses usuários, respeitando o perfil e a complexidade de cada um.
Com experiência nessa área, Ângela Guimarães credencia a importância dos hospitais regionais. “Eu não consigo imaginar os nossos interiores, sem os Hospitais Regionais, onde a maioria das patologias têm resolutividade”, afirmou, pontuando que somente algumas especialidades específicas precisam de atenção da capital. A médica não tem dúvida de que o serviço de Regulação e a integração entre os Hospitais Regionais vem funcionando, com o auxílio no transporte de pacientes, otimizando o tempo deste atendimento, quando necessário.
Para o diretor Executivo do HGT o transporte aéreo com apoio do Governo do Estado é fundamental para salvar a vida de muitos usuários do SUS. “É uma integração de vários setores que culmina na satisfação de fazer a saúde pública integradamente”, disse.
Da mesma forma, o diretor Executivo do HRPL, Júlio César Garcia, evidencia a relevância dessa parceria onde o maior beneficiado é a
população que depende da assistência pública, humanizada e cada vez de maior qualidade. “Nossos usuários podem contar com a estrutura hospitalar dos regionais, que por sua vez, conta com todo apoio do Governo”, enfatizou, revelando que em outubro, o hospital recebeu seis pacientes em transporte aéreo de outros hospitais. Nesse mesmo período, não houve transferência aérea de pacientes do HRPL.