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Jovem é foco de projeto do Unicef, Estado e município no combate à Aids

Por Redação - Agência PA (SECOM)
10/12/2015 18h37

Foi lançado nesta quinta-feira (10), no Palácio Antônio Lemos, sede da Prefeitura de Belém, pacto entre os governos federal, estadual e municipal, em parceria com o Fundo das Nações Unidas pela Infância (Unicef) e Instituto Peabiru, que foca em políticas públicas de enfrentamento ao HIV e Aids voltadas a adolescentes e jovens. O projeto Viva Melhor Sabendo Jovem vai ampliar o acesso à testagem do HIV e o atendimento continuado em caso de resultado positivo de exames, na faixa etária de 15 a 24 anos.

O público-alvo, além dos jovens, serão todos que fazem parte da rede de saúde que atuam na porta de entrada, no atendimento ao público identificado com a doença. Na solenidade, foram apresentados os jingles vencedores do concurso feito pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) junto às escolas públicas estaduais. Os vencedores foram acompanhados pelo músico Salomão Habib na apresentação.

Dados do Ministério da Saúde apontam que Belém, desde o início da epidemia de Aids até junho de 2015, registrou o total de 10.163 casos, ocupando o sexto lugar no ranking da taxa de detecção da doença, além de ser a segunda entre as capitais brasileiras. O prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, destacou a importância de qualificar o atendimento aos jovens infectados com o vírus HIV e fortalecer a prevenção da doença com uma linguagem atrativa.

“Temos a necessidade de acolher esse jovem de acordo com sua linguagem e costume e também de maneira científica. Nossa rede precisa estar preparada para esse tipo de atendimento, pensando em um espaço de acolhimento adequado ao jovem, porque a juventude haverá de cobrar a derrubada desses indicadores que nos afligem. Com esse programa, a gente passa a melhorar a pesquisa e prevenção da doença aos jovens que sejam indicados com o HIV/ Aids”, disse o prefeito.

Durante a solenidade, Zenaldo assinou a Declaração de Paris, que amplia o compromisso do município com uma série de ações de estruturação da rede de saúde e redução dos índices de HIV/ Aids no município. A meta é que, até 2020, todos os governos signatários consigam fazer com que 90% das pessoas vivendo com HIV saibam que têm o vírus, recebam tratamento antirretroviral e, uma vez atendidos, tenham carga viral indetectável. O projeto também se compromete em acabar com a epidemia da Aids nas cidades até 2030.

A coordenadora do Programa de Sobrevivência e Desenvolvimento Infantil e HIV/ Aids do Unicef no Brasil, Cristina Albuquerque, diz que os dados refletem uma preocupação existente em todo mundo, que é o aumento no número de jovens infectados com o vírus. O projeto visa esclarecer e diminuir os índices da doença em Belém e no Pará. “O que vemos no mundo e no Brasil não é diferente do aumento do número de infecções na faixa etária de 15 a 24 anos. Isso é uma preocupação global. Aqui temos a maior taxa de mortalidade por Aids do Brasil, e precisamos que isso seja encarado com prioridade”, afirmou.

Mortalidade – De 1980 até dezembro de 2014, foram registrados 290.929 óbitos no Brasil em decorrência da Aids. No Pará o coeficiente de mortalidade é de 8,1 por 100 mil habitantes, deixando o Estado no segundo lugar no ranking de mortalidade nos Estados da Amazônia Legal, no ano de 2014. Belém apresentou um coeficiente bruto de 16,1 mortes para cada 100 mil habitantes, ficando no primeiro lugar entre as capitais da Amazônia Legal.

O coordenador estadual da rede nacional de jovens vivendo com HIV/ Aids, Edgar Barra, destacou a importância de todos atuarem juntos no atendimento e na conscientização de jovens, obstáculo a ser superado pelo projeto. “O maior desafio será a adesão ao tratamento. Muitos descobrem ter a doença e não começam o tratamento achando que não vai acontecer nada. Quanto mais cedo começar o tratamento, melhor será o seu estado de saúde”, frisou.

A titular da Secretaria Extraordinária de Integração de Políticas Sociais (Seips), Izabela Jatene, disse que o andamento do projeto vai envolver diversos órgãos de governo, passando por áreas como saúde e educação, fortalecendo a rede de enfrentamento à doença. “Esse tema deve caminhar de forma integrada, e naturalmente temos que encontrar mecanismos para tratar desse assunto de forma leve. Não tenho dúvidas que a Fundação Pro Paz possa fazer essa integração entre os órgãos de governo para que juntos possamos fortalecer a prevenção. Nossa responsabilidade é muito grande, e o poder do convencimento do jovem a buscar outros jovens para o atendimento deve ser maior ainda”, observou.

As ações do projeto Viva Melhor Sabendo Jovem também serão desenvolvidas nas unidades socioeducativas do Estado. O presidente da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa), Simão Bastos, afirmou que testes rápidos de HIV serão feitos nos socioeducandos, além de treinamentos para a equipe técnica da fundação e a capacitação de monitores que atuam nas unidades para o melhor atendimento ao jovem que seja detectado com a doença.

“É fundamental levar uma ação como essa para os espaços socioeducativos, e a parceria surge em um momento importante, quando estamos intensificando as ações preventivas e educacionais em nossas unidades, trabalhando na perspectiva de transformação humana desses socioeducandos. Essa série de atividades converge com tudo o que a Fasepa está fazendo, juntamente com o Unicef, Seeips e agora também com a Prefeitura de Belém, que abraçou essa causa", afirmou.