Adolescentes da Fasepa expõem produtos no Circuito de Artesanato Paraense
Em mais uma participação em eventos voltados ao artesanato e empreendedorismo, os adolescentes internos que cumprem medida socioeducativa na Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) participaram, na quinta-feira (10), do I Circuito do Artesanato Paraense, que integra a IV Feira Estadual do Artesanato (Fesarte). A participação dos jovens faz parte do projeto Ressignificando Caminhos na Socioeducação, que busca a promoção social por meio da qualificação profissional.
O evento é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) e parceiros, com o objetivo de fortalecer o artesanato paraense a partir de ações culturais que busquem novas oportunidades na geração de emprego e renda.
O secretário adjunto da Seaster, Everson Costa, disse que o momento representa a junção de vários atores que atuam no setor produtivo artesanal e que contribuem para o desenvolvimento econômico e cultural da região. Ele elogiou o trabalho desenvolvido pelos jovens. “É com muita satisfação que recebemos aqui os socioeducandos, com material que ressalta a nossa cultura e de grande valor social. Isso é uma mostra de que o artesanato é um importante elo para a inclusão social. Além de gerar renda e ocupação, divulga o nosso turismo, fala dos nossos costumes e evidencia as belezas da região”, pontuou.
Os visitantes viram uma mostra do trabalho desenvolvido pelos adolescentes nas oficinas de grafite de duas unidades socioeducativas da Grande Belém, com uso de diferentes técnicas na confecção dos produtos. O grafite assumiu novos contornos, dando novas formas a araras, símbolos religiosos estilizados, elementos do folclore amazônico, como o muiraquitã, e temas florais que remetem à floresta amazônica. Ainda durante o evento, houve desfile com modelos profissionais, que de forma voluntária, usaram as peças produzidas pelos jovens.
“Estou muito feliz de estar aqui participando. A gente se sente respeitado e igual a outras pessoas. Muita coisa que eu faço vejo como uma oportunidade de melhorar o meu futuro, e antes eu não dava valor em nada. Fiz algumas camisas sozinhos. Basta desenhar no papel e depois passar para o tecido. Foi a primeira vez que fiz esse tipo de trabalho. Dá para ganhar um dinheiro”, disse o adolescente de 16 anos que há cerca de um ano cumpre medida socioeducativa no Centro de Adolescente em Semiliberdade (CAS).
A exposição contou com a colaboração de dez adolescentes do Centro Socioeducativo de Benevides (CSEB) e do CAS, que criaram peças feitas a partir de papel cartão, cartolina e papel vegetal. O arte-educador da Fasepa Ivan Barros destacou o envolvimento dos adolescentes que participaram da elaboração das peças para a exposição e comentou sobre a importância social e o reconhecimento artístico do grafite como uma das mais significativas formas de expressão.
“O diferencial desse trabalho, sem dúvida, foi a entrega dos jovens a esse projeto. Isso é a prova de que quando eles querem fazer de algo positivo e relevante, eles conseguem. Atualmente o grafite está nas principais galerias do mundo, compondo a decoração nas casas das pessoas, e é reconhecido como uma forma de expressão artística e cultural do nosso tempo. Retrata a nossa sociedade, o nosso cotidiano de uma forma crítica, bem humorada, além de ser economicamente rentável”, avaliou.
Atriz e modelo profissional desde os 15 anos, Bel Passinho, 24, recebeu de uma arteeducadora da Fasepa o convite para participar da ação. Ela fez questão de colaborar com o projeto, desfilando de forma voluntária pela causa humana e social. “Fiquei muito interessada por toda a questão social que envolve a atividade. Não vejo o meu trabalho apenas pelo lado comercial e publicitário, mas como uma forma de compreender e ajudar os adolescentes que estão em uma situação delicada de vida. É sempre bom ajudar as pessoas precisam”, disse Bel Passinho.