Investimentos para atrair empresas levam à expansão da indústria no Pará
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou na terça-feira (13) os números sobre a produção da indústria nacional. A pesquisa apontou redução na produção em sete dos 14 locais pesquisados, mas o Pará está entre os Estados que apresentaram números positivos em todos os comparativos, ficando acima da média nacional, de -0,7%. No comparativo de novembro de 2014 a outubro de 2014, o crescimento foi de 0,8%, e entre novembro de 2013 e novembro de 2014 o índice foi de 7%. No acumulado entre janeiro e novembro de 2014 o crescimento chegou a 8,8%, enquanto que nos últimos doze meses o resultado alcançou 8,6%.
Segundo o IBGE, a área que mais favoreceu este ambiente positivo foi a indústria extrativa mineral. No entanto, a indústria de transformação também é um dos destaques no Pará. Para a secretária adjunta da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Maria Amélia Enriquez, o crescimento é resultado também dos investimentos do governo do Estado em um ambiente de negócios atraente para o empresariado.
“No caso de alimentos e bebidas a gente vê que a dinâmica do mercado interno é importante, e no caso da indústria madeireira a gente pode estimar que é uma readequação a essas novas normas ambientais que aparecem no desempenho. Embora com uma dinâmica menor, por exemplo, com uma taxa de decrescimento menor, o setor da indústria metal mecânica também já avança. O que a gente observa é que estes são setores de prestação de serviço para a indústria mineral. Avançamos, essa expansão é importante, porque também ela demanda bens e serviços, que vão exigir emprego, vão exigir outros componentes de outros setores de seguimentos industriais”, diz a secretária.
Oportunidades – Um dos empresários que escolheram investir no Pará foi Roberto Kataoka, CEO da Oyamota do Brasil S. A. Há mais de 30 anos ele investe na indústria de transformação do aço, que naturalmente tem forte ligação com a área mineral do Estado.
“Hoje a nossa empresa focou para atender com estrutura metálica, transportadores, a parte de calderaria e tancagem. O outro setor que também estamos desenvolvendo é o agronegócio, especificamente o óleo de palma. Fabricamos, há cinco anos, uma usina completa de extração de óleo de palma e já atendemos clientes como Agropalma, Biopalma e Palmasa. O outro seguimento é atender a questão da logística, nos portos, ferrovias e na construção de vagões”, explica Kataoca.
O empresário também fala dos atrativos que o Pará oferece, como a região de minério, além das estradas e portos. “O Estado tem algumas características que a natureza deu. É um destino natural para as empresas mineradoras devido às fontes de minério. As empresas que exploram este tipo de atividade têm que vir ao Pará. Principalmente pelo minério de ferro, pois a qualidade do nosso minério de ferro é fantástica, tanto é que ela serve para misturar com outros minérios menos ricos para que as siderúrgicas tenham uma produtividade melhor”, destaca o empresário.
Outro seguimento que, na opinião do empresário, depende da natureza é a questão dos portos. “O Mato Grosso é um grande produtor de grãos, mas não tem como escoar. Geralmente vai para o Sul, no porto de Santos, que já está congestionado, e é necessário chegar até lá por via rodoviária. O Pará tem a vantagem de ter os rios, que são estradas naturais, que possibilitam trazer de barcaça de Miritituba até o porto de Vila do Conde e daí, embarcar nos navios”, diz Roberto Kataoka.