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Defesa Civil aumenta área de isolamento e decide remanejar famílias em Rondon do Pará

Por Redação - Agência PA (SECOM)
24/01/2015 19h05

Após uma nova avaliação na área da cratera aberta na Rua Bahia, no município de Rondon do Pará, na manhã deste sábado (24), técnicos da Defesa Civil do Estado decidiram aumentar o perímetro de isolamento e retirar do local oito famílias que estão em situação de risco. A Secretaria de Assistência Social de Rondon e os membros da Defesa Civil estão trabalhando em conjunto para remanejar as pessoas, com o auxílio do aluguel social. Barreiras foram colocadas para impedir que curiosos se aproximem do local, que já apresentou novos sinais de erosão com as chuvas desta semana.

“A Prefeitura já vem tomando ciência da situação e vem realizando alguns trabalhos para conter esses deslizamentos de terra. Hoje o pessoal da Defesa Civil está dando apoio nestas atividades, e já estamos iniciando algumas obras de segurança para inibir a visita do povo, para que não aconteçam acidentes. Vamos ainda precisar de alguns dias para iniciar as obras emergenciais com o apoio do Governo do Estado, que já está tomando as devidas providências, em nível estadual e federal, pois não temos como dar conta dessas despesas. A nossa maior preocupação no momento é com a população das áreas de risco, que já foram alertadas. Algumas famílias serão remanejadas de suas casas para outros locais”, informou o prefeito em exercício de Rondon do Pará, Gideon Ramos.

Entre os moradores a preocupação é grande. Até mesmo quem reside fora da área de isolamento está apreensivo. “Eu sou morador daqui há mais de 30 anos, desde praticamente quando começou essa cidade, quando ainda era chamada de Vila Rondon. Logo no começo aqui tinha um buraco que veio até quase a esquina, perto da minha casa. Daí o prefeito da época fez essa galeria, aterrou e ficou muito bom. Mas aí se passaram os anos e não deram mais assistência, e começou a quebrar lá debaixo. Veio quebrando até chegar nesta situação que está agora. A gente fica sem saber o que fazer, porque as chuvas estão aumentando. A gente fica com medo, pois está uma situação bem crítica para nós”, disse George Gressen da Silva, morador da Rua Bahia.

De acordo com os técnicos da Defesa Civil, a galeria é um dos motivos da atual erosão, pois mesmo sem a incidência de chuvas a água que passa em grande volume e velocidade pela tubulação causa um grande impacto ao solo.

Orientação - Durante os dias em que estão no município, os técnicos da Defesa Civil estão indo às casas explicar aos moradores os riscos da erosão, principalmente durante as fortes chuvas. “Por conta de a situação ter se agravado, nós verificamos a necessidade de ampliar este isolamento, mesmo tendo que desalojar um número maior de famílias. O trabalho que foi feito aqui, com o apoio do Executivo local, objetivou conscientizar esses cidadãos de que ao primeiro sinal de chuva forte a gente removerá imediatamente as pessoas. A Prefeitura já está verificando a possibilidade de aluguel aqui às proximidades, para que não cause impacto considerável a estas famílias no deslocamento para trabalho, escola etc. Tão logo isto seja feito, as pessoas serão remanejadas”, explicou o capitão William Silva, da Defesa Civil do Estado.

Ubaldo Paixão, 92 anos, que mora em Rondon do Pará há 44 anos, dos quais 42 residindo na mesma casa, localizada na Rua Bahia, a poucos metros da cratera, disse que várias chuvas já lhe tiraram o sono ao longo dos anos, mas esta é a primeira vez que terá de sair de sua casa. Ele, a mulher e mais 10 cães estão correndo risco de serem atingidos pelas próximas chuvas. “O acordo que nós fizemos com a Defesa Civil é que se der uma chuva grossa os técnicos virão aqui nos pegar e levar para a casa do nosso filho ou para um hotel. Mas por enquanto nós vamos ver o que fazer, pois temos muitos cachorros para levar, além das nossas coisas. Eles nos explicaram que é preciso a gente sair daqui porque estamos em risco. Na noite da chuva eles também vieram ver como é que tava. Eu não tenho medo. Já vi esse buraco desse jeito uma vez. Mas eu acho que se essa casa grande aqui na frente cair, pode afetar a nossa. Aí, sim, fica mais perigoso. O mais importante é a vida”, declarou Ubaldo Paixão, que deverá passar seu aniversário, na próxima segunda-feira (26), longe de casa.

As famílias deverão ser remanejadas ainda neste final de semana pela Prefeitura. “Já houve uma reunião com a equipe técnica, a equipe da Defesa Civil e o prefeito municipal em exercício, e ficou decidido que as famílias que correm o maior risco ficarão em um hotel até que seja providenciado, em no máximo uma semana, o aluguel social para quem for deslocado das áreas de risco. Das oito famílias que se encontram em situação de risco, duas já foram remanejadas, duas não estão nas residências e as demais já foram conscientizadas, pois no início se mostraram contrárias à ideia de sair de suas casas. Porém, com o trabalho da equipe técnica e da Defesa Civil já houve uma melhoria neste quadro”, disse a assistente social Patrícia Rodrigues.