Estado fará monitoramento constante na cratera aberta em Rondon do Pará
O Governo do Pará montou uma sala de situação na Prefeitura de Rondon do Pará, na região sudeste, para atuar principalmente com ações preventivas, a fim de reduzir as conseqüências da cratera aberta em uma das ruas da sede municipal. A equipe da Defesa Civil estadual, enviada em caráter de emergência para avaliar a extensão da erosão, retorna a Belém ainda neste domingo (25). A sala de situação foi formada por representantes da Defesa Civil, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop) e Secretaria de Estado de Transportes (Setran). Neste final de semana, um novo perímetro de risco foi delimitado pela Defesa Civil, que instalou barreiras e refletores nos três acessos à Rua Bahia. Oito famílias precisaram ser remanejadas de suas casas, para diminuir os riscos de acidentes no local.
Após uma reunião, no último sábado (24), entre os moradores da Rua Bahia e técnicos da Defesa Civil, Prefeitura e Sedop, as pessoas esclareceram suas dúvidas sobre a situação e a necessidade de saída das residências localizadas na área de risco. “O maior bem que temos é a vida. Nós estamos aqui para garantir que nenhum de vocês corra o risco de ser arrastado pela erosão durante as chuvas que ainda virão”, explicou o capitão William Silva, da Defesa Civil.
O geólogo Élcio José dos Prazeres mora em uma rua às proximidades da cratera e contribuiu como voluntário no esclarecimento à população. “O que o pessoal está chamando de buraco é a evolução de um processo erosivo conhecido como boçoroca. A gente está numa situação que foi proporcionada pela ação do homem ao longo dos anos, em função da vegetação e construção de casas. As condições da região aqui apresentam um solo muito inconsolidado, do tipo arenoso argiloso, que não aguenta o peso das casas e a ação da chuva, que também colabora como água pluvial das galerias, proporcionado muito o avanço dessa erosão”, explicou o geólogo.
Remanejamento - Após a reunião, o processo de mudança das famílias foi iniciado, se prolongando até a noite, quando o último morador foi convencido a deixar a casa. De acordo com representantes da Prefeitura, todos os moradores que não tiverem para onde ir, serão remanejados com o apoio do aluguel social. “A gente só quer a garantia de que vai ter um lugar pra ficar, igual ou melhor do que a gente vivia”, disse Raimunda Ferreira.
“Quando a gente chegou aqui, o cenário estava bem complicado, como era de se esperar. E a gente apoiou as ações do município para retomar a normalidade. Os primeiros passos já foram dados. Nós retornaremos a Belém para poder passar tudo o que foi visto e acertado sob a coordenação estadual. É importante frisar que a nossa saída daqui não quer dizer que o Estado não esteja mais presente no município, pois o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar estão no local apoiando também as ações do município. Em Belém manteremos o contato direto com a Coordenadoria Municipal da Defesa Civil de Rondon, monitorando diariamente tudo o que acontece na Rua Bahia”, informou o capitão William Silva.
Além da cerca de madeira, foi montado um acampamento permanente na Rua Bahia, com a presença de três militares do 5º Grupamento Bombeiro Militar de Marabá (5º GBM-Marabá), além de policiais militares de Rondon do Pará. O objetivo do acampamento é monitorar a área 24 horas, para em caso de emergência alertar os moradores e providenciar a saída imediata. O grupo também enviará diariamente informações para o comando da Defesa Civil em Belém.
Avaliação - Técnicos da Setran fizeram uma avaliação preliminar das obras que devem ser feitas no local. “Viemos aqui para fazer, junto com a equipe da Sedop, um estudo preliminar para elaborar um plano de ataque muito rápido, aproveitando todos os materiais que estão em disponibilidade no município. Na nossa análise preliminar é preciso fazer um aterro urgente, com este mesmo material que tem aqui na região, para evitar que fique mais caro o transporte, e também para ser mais eficiente. Acreditamos que em 20 dias já teremos os recursos para dar início a este processo”, disse Jorge Andrade, engenheiro da Setran.
“A gente quer agradecer a presença do governo, vendo de perto toda essa situação em Rondon do Pará. Acreditamos que com esse trabalho em conjunto a gente vai ter uma resposta imediata, principalmente deste ponto mais crítico, que é o da Rua Bahia. Para os outros pontos nós sabemos que são recursos altíssimos, e apelaremos para o Governo Federal”, ressaltou o prefeito Edilson Oliveira, que esteve durante a semana passada em Belém, conversando com representantes do Governo do Estado para tratar das necessidades emergenciais do município.
O prefeito disse ainda que “estamos tomando todas as medidas possíveis de segurança, pois a população precisa entender que esta é uma área de risco, e a gente vai continuar com esse trabalho iniciado pela Defesa Civil, de educação, para que as famílias não se aproximem da área, pois a gente não quer que aconteça nenhum acidente”.