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Hospital de Clínicas já oferece a crianças vacina para prevenção de pneumonia

Por Redação - Agência PA (SECOM)
30/01/2015 17h04

Um medicamento de primeira linha e sem custo para o usuário. Essas são as principais vantagens do Palivizumabe, que chegou à rede pública de saúde do Estado do Pará e está disponível às crianças da capital e do interior, auxiliando no combate a vírus graves. Considerado de alto custo - nas farmácias o medicamento pode chegar a R$ 10 mil -, o remédio já vem sendo utilizado desde o início deste ano pela Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV). “Ele é responsável por aumentar a imunidade contra o vírus sincicial respiratório, causador de um tipo de pneumonia. É o único medicamento para este fim, e o resultado esperado com a sua utilização é a diminuição de internações e óbitos decorrentes da doença”, explica a médica Renata Alves, diretora assistencial do HC. “O medicamento aumenta a resistência do paciente, diminuindo as chances de contrair a doença. Porém, caso isso já tenha ocorrido, o remédio evita que as consequências sejam maiores”, complementa a diretora.

A pneumonia é uma infecção que se instala nos pulmões e é provocada, basicamente, pela penetração de um agente infeccioso ou irritante no espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa. A infecção por vírus é um dos motivos causadores da pneumonia. Neste caso, as principais vitimas são bebês prematuros, crianças portadoras de doenças cardíacas e/ou pulmonares, consideradas como "grupo de risco" para esse tipo de pneumonia.

Apesar do alto custo, o Palivizumabe é fornecido gratuitamente aos pacientes da rede púbica de saúde. “Se não fosse isso, eu não teria a possibilidade de pagar, pois pesquisei no particular e está custando cerca de 5 a 10 mil reais por dose. Eu dou nota dez para o Hospital de Clínicas por poder fornecer a vacina”, declara Silvia Duarte, mãe do menino Davi João, de quatro meses, cardiopata. “É um alívio poder receber essa medicação, pois é uma proteção a mais, principalmente para as crianças cardiopatas, que já correm um risco bem maior e precisam de cuidado redobrado”, enfatiza.

Em 2014 a medicação foi disponibilizada para a Sespa, via Ministério da Saúde, que repassou à Coordenação Estadual de Saúde da Criança uma quantidade suficiente para a aplicação de uma dose de vacina para cada criança do grupo de risco. Já este ano foi feito um levantamento prévio da quantidade necessária, o que resultou no fornecimento da provisão de seis doses da vacina para cada criança do grupo de risco.

A vacina deve ser ministrada uma vez por mês, durante os seis primeiros meses do ano, que é o período de sazonalidade do vírus, em que ele mais ocorre por conta das constantes chuvas. “No início de 2014 nós já vimos a diferença no número de internações por infecções respiratórias. Com a previsão de seis doses, devemos cobrir todo o período de sazonalidade do vírus. Então, as respostas devem ser bem mais positivas”, afirma a médica Maria José Lima, chefe da UTI Pediátrica do Hospital de Clínicas.

Público - O Palivizumabe foi disponibilizado à Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna no dia 13 de janeiro e, desde então, está sendo ministrado aos pacientes. O hospital é responsável pela medicação das crianças internadas com até dois anos de idade, portadoras de cardiopatia ou problemas pulmonares, e também prematuras de até um ano, internadas no hospital. Também é responsável pelo atendimento aos usuários externos com cardiopatia, com até dois anos. Por conta disso, atende a um grande público, oriundo principalmente do interior do Estado.

As medicações são controladas e preparadas de maneira especial. “Nós atendemos uma média de 20 pacientes por dia, sempre das 8 às 11 h. Mas dependendo da demanda podemos passar desse horário. O Palivizumabe é uma vacina intramuscular, reconstituída 20 minutos antes da administração. Ela tem uma durabilidade de seis horas, então as mantemos em caixas térmicas”, explica a enfermeira responsável pela administração do medicamento, Marcia Godinho.

A médica Elaine Figueiredo, chefe da UTI Neonatal do hospital, ressalta a importância desse medicamento para as crianças. “Por se tratar de um medicamento de custo alto sabíamos que os pais não teriam condições de bancar, por isso já estávamos na luta para o serviço público abraçar a causa dessa medicação. Com a vacina nós conseguimos proteger muitas crianças e evitar o alto índice do mortalidade pelo vírus”, reitera.