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Pará é referência nacional na elaboração de retratos falados

Por Redação - Agência PA (SECOM)
04/02/2015 19h41

É comum conhecer histórias de criminosos que foram reconhecidos a partir da divulgação de retratos falados. Casos de grande repercussão, como o assassinato da Irmã Dorothy Stang, há dez anos, tiveram retratos muito semelhantes aos acusados. Um trabalho minucioso dos papiloscopistas, que também trabalham com identificação humana de vivos ou mortos no Estado. A Polícia Civil do Pará é uma das referências na elaboração desses retratos no Brasil, com a única academia de polícia brasileira que ministra a disciplina Perícia Iconográfica.

“Essa é mais uma ferramenta de investigação, importante porque é rápida e barata, quando comparamos com a identificação por DNA. Nosso principal foco é identificar, seja para uma questão civil, criminal ou cadavérica. Além disso, somos o décimo Estado do Brasil que mais emite carteira de Identidade. Em um mês emitimos cerca de 30 mil. Já com os retratos falados também estamos entre os melhores do país. Perdemos apenas de Brasília em quantidade”, diz o diretor de Identificação da Polícia Civil, Antônio Ricardo de Paula.

Nesta quinta-feira (5), é comemorado o Dia Nacional do Papiloscopista, profissional que dá o pontapé inicial de toda a investigação. “O criminoso sempre deixa uma pista, e sempre partimos da papiloscopia. É uma ciência antiga. A identificação começou com os homens das cavernas, que desenhavam os animais nas paredes. Quando o homem precisou identificar criminosos, começou amputando partes do corpo. Também chegou-se a tatuar marcas na pele deles. Até que um argentino descobriu que impressões digitais são únicas em cada ser humano. Hoje em dia a identificação se especializou”, explica Antônio Ricardo.

Dedicação – Entusiasta dessa ciência, o papiloscopista José Carlos Silveira, que guarda diversos recortes de jornais com casos em que o retrato falado ajudou nas investigações, defende que este é um conhecimento que precisa ser valorizado. “De 1993 para cá evoluímos muito. Trabalhamos hoje com um banco de caracteres faciais, fragmentos de rosto, boca, olhos e nariz de pessoas com ficha criminal, divididos em idade, sexo e raça. Assim vamos montando de acordo com o relato da vítima ou informante. Na academia, quando cursamos ‘Perícia Iconográfica’, aprendemos o caminho para fazer um bom relato”, conta.

Com 20 anos de profissão, ele ressalta ainda que retrato falado não é prova final. “Primeiro a gente avalia se o informante tem condições de visualização, porque ele precisa ver, olhar e observar para dar informações precisas. Em entrevista, vejo se ele tinha condições positivas ou não para avaliar, se o local de crime era escuro ou se ele estava distante, por exemplo. É preciso um conjunto de provas para não acusar ninguém por engano”, afirma.