Escolas estimulam o ensino com atividades extracurriculares
A adoção de atividades pedagógicas programadas no contraturno – período extra dos estudantes na escola além do turno normal de aulas – tem fortalecido a relação de alunos do ensino fundamental nas escolas da rede estadual de ensino. Quinze escolas da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), vinculadas à Unidade Seduc na Escola 11 (USE 11), fizeram nesta quarta-feira (11), na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Palmira Gabriel, no bairro do Tenoné, uma mostra dessas atividades, desenvolvidas como parte do programa Mais Educação, do governo federal, em parceria com o governo do Estado.
O Mais Educação visa tornar as escolas mais atraentes para os cidadãos mirins, sobretudo em situação de risco, a fim de se evitar a evasão e repetência escolar. “Essa programação aqui, que denominamos I Diálogos e Possibilidades do Programa Mais Educação, objetiva a troca de experiências de cada uma das escolas da USE 11 que atuam com o Mais Educação, ou seja, socializar o que cada escola fez ao longo de 2014”, disse o gestor da USE 11, Walter Bernardo Cruz.
O programa valoriza ações culturais e esportivas, com cada escola adotando as práticas que mais se identificam com seu alunado. Somente nessas 15 escolas da USE 11 são atendidos 2,5 mil estudantes do primeiro ao nono ano do ensino fundamental.
Expressões – Estudante da Escola Estadual Tenoné, Rafael Alves Barbosa, 12 anos, apresentou-se tocando bateria na banda Companhia de Louvor, coordenada pelo professor de música Lauro Paredes. “Desenvolvi a bateria na escola, e pretendo ser músico formado ou ingressar na carreira militar”, disse Rafael. O professor ressaltou que a prática da música na escola, como parte do Mais Educação, tem contribuído com a formação dos estudantes quanto à “consciência de sentimentos positivos, concentração e disciplina nos estudos”.
Para o diretor da Escola Palmira Gabriel, Walter Kemper, “essas atividades fora da sala de aula contribuem em muito para estimular os estudantes a frequentarem a escola e estudar, funcionando como estratégia contra o ingresso dos alunos na criminalidade e no uso de drogas lícitas e ilícitas. Trabalhamos a autoestima dos estudantes”, disse Kemper. A “Palmira Gabriel” já lançou um livro contando a trajetória do Mais Educação na escola.
Cleide Carrera, que atuou na coordenação da mostra na “Palmeira Gabriel” junto com Josenilda Alves, destacou que no programa são trabalhadas as dificuldades de aprendizagem, principalmente na leitura e escrita e na matemática.
Identidade – Os irmãos Gabriel, 13 anos, e Clarice Gabriele Lobato da Costa, 12, integram um grupo de carimbó da Escola Tenoné, que se apresentou com o monitor Edilson Silva. “Gosto de estudar e de dançar. Pretendo me formar em Engenharia Cvil”, disse Clarice, animada com a apresentação aos professores, alunos e pais de alunos na “Palmira Gabriel”.
A Escola XV de Novembro foi representada por um grupo de capoeira, coordenado pelo monitor Delinaldo Reis, ao lado da diretora Milena Costa. “Na capoeira eles aprendem os limites, a disciplina, o que ajuda muito nos estudos em sala de aula”, observou Milena.
A cultura hip hop também esteve presente na mostra do Mais Educação por intermédio de um grupo de estudantes da Escola Panorama XXI. No grupo, coordenado pelo professor Vilmar Silva e monitor Jonatan Monteiro, a estudante Talita Letícia Maia, 14 anos, que mora na Cabanagem, apresentou-se e mostrou por que pretende se formar em dança. “Hoje gosto mais da escola, e o hip hop tem tudo a ver comigo”, finalizou a estudante.