Sespa oferece treinamento para técnicos que operam sistemas de endemias
No período de 23 a 27 de fevereiro, em Belém, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) realizará ciclos de treinamento específico para agente de endemias dos 1º e 6º Centros Regionais de Saúde (CRS) que atuam na coleta de dados sobre casos de malária e dengue, e capacitação para médicos e enfermeiros de Belém e Marituba sobre Investigação Epidemiológica de doença de Chagas, definição de fluxos de assistência da atenção médica e informações sobre Vigilância em Saúde. A tendência é estender a iniciativa aos profissionais das demais regiões de saúde no decorrer do ano.
O ciclo de treinamento corresponde a uma etapa do Projeto de Formação e Melhoria da Qualidade da Rede de Atenção à Saúde (QualiSUS-Rede), institucionalizado pelo Ministério da Saúde para reforçar e ampliar a interligação dos diversos níveis de atenção necessários para o tratamento dos pacientes que buscam o Sistema Único de Saúde (SUS).
Para os agentes de endemias dos municípios elencados, serão abordadas informações sobre o Sistema de Vigilância Epidemiológica (Sivep) Malária, Sistema do Programa Nacional de Controle da Dengue (SISPNCD), Levantamento de Índice Rápido de Aedes (Lira) e o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Para esse módulo foram convidados coordenadores municipais e agentes de endemias de Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Bárbara, Abaetetuba, Tailândia, Barcarena, Igarapé-Miri e Moju. De uma forma geral, esses sistemas respondem pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória, como dengue, tuberculose, hanseníase e hepatites virais, entre outras.
Para o módulo de Investigação Epidemiológica de doença de Chagas, definição de fluxos de assistência da atenção médica e informações sobre Vigilância em Saúde foram solicitados às gestões de saúde de Belém e de Marituba um total de 80 profissionais, entre médicos e enfermeiros, sendo 60 só da capital.
O coordenador estadual do Programa de Controle da Doença de Chagas, Luís Carlos Pereira, informa que a capacitação tem o objetivo de “fortalecer os trabalhos de prevenção e intensificação das ações em períodos de baixa ocorrência, visando à sensibilização dos profissionais de saúde para um diagnóstico mais preciso em pacientes com sintomas com suspeita de Chagas”.
Números
A respeito do agravo, em 2014 foram confirmados 137 casos da doença de Chagas aguda em 20 municípios paraenses, sendo que a maioria dos casos ocorreu por transmissão oral. Dois óbitos foram registrados neste mesmo período. As regiões de saúde que apresentam maiores números de casos em 2014: Metropolitana I (Belém), região do Tocantins (Abaetetuba) e Marajó II. Breves e Curralinho, no Marajó I, Muaná e São Sebastião da Boa Vista.
Nos últimos anos a doença tem sido notificada graças à sensibilização e qualificação dos profissionais de saúde, que têm fortalecido os trabalhos de prevenção, controle e intensificação das ações no período de baixa ocorrência. A meta é garantir tratamento e seguimento em 100% dos casos de doença de Chagas aguda notificados.
A Sespa informa que na avaliação do encerramento oportuno da doença de Chagas, alguns casos, inclusive de 2015, ainda não foram computados, em função do prazo de 60 dias após a data da notificação dos casos no Sinan.
Serviço:
O ciclo de treinamentos será realizado no Instituto de Estudos Superiores da Amazônia (Iesam), situado na avenida governador José Malcher, 1148, em Belém, no período de 23 a 27 de fevereiro, de 8h às 18 horas.