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Trabalho do Batalhão de Polícia Ambiental garante a preservação da vida animal

Por Redação - Agência PA (SECOM)
16/02/2015 19h00

Os órgãos da área de segurança costumam redobrar seus efetivos e as ações preventivas em feriados prolongados, como o de carnaval. Mas não são apenas as ocorrências de trânsito, crimes como roubos, furtos e assaltos, ou os cuidados com quem escolhe as praias como destino as únicas que mobilizam o efetivo policial. Casos aparentemente inusitados também fazem parte dos registros do período, como chamados para captura de animais silvestres em áreas urbanas, trabalho este que é feito pelo Batalhão de Polícia Ambiental.

Este ano, durante o feriado de carnaval, homens da unidade foram chamados para fazer a captura de uma sucuri, encontrada em uma tubulação de esgoto no bairro do Guamá, em Belém. Dois dias depois, outro chamado urgente, desta vez para recolher um jacaré, encontrado a poucos metros de um hotel no bairro de Val de Cães.

“A invasão de animais silvestres em áreas urbanas é mais comum do que se imagina. No caso da Região Metropolitana de Belém, o número de ocorrências desse tipo é bastante expressivo. Quase todos os dias o Batalhão Ambiental – que é o órgão responsável pelo resgate e soltura de animais silvestres no Estado - registra chamados para fazer o remanejamento desses animais”, explica o cabo Ivan Nunes.

Dados do BPA mostram que a instituição chega a receber uma média de 60 chamados por mês. Em 2013, foram registrados 1.113 remanejamentos de animais silvestres em áreas urbanas do Pará. Um número pouco maior que no ano passado, onde 709 espécies foram capturadas pelo Batalhão.  

Segundo Nunes, a maior causa desse problema é o crescimento desordenado dos centros urbanos. “Além das ocupações ilegais, temos percebido cada vez mais o avanço de condomínios nas áreas de florestas, principalmente na Grande Belém. Com isso, além de perderem seu habitat, esses animais ficam desorientados e por força do instinto acabam se refugiando em quintais, telhados e forros, entrando em confronto direto com o homem”, esclarece.

Apesar dos trabalhos intensos, o policial afirma que até hoje nenhum agente do BPA sofreu acidente durante a captura dos animais. ‘’Somos preparados para esse tipo de operação. Além dos treinamentos que fazemos, todo o nosso efetivo dispõe de equipamentos de segurança que garantem proteção tanto ao policial como ao animal apreendido’’, ressalta.

Para garantir a eficácia do trabalho de preservação ambiental, o BPA atua em parceria com o Museu Emilio Goeldi e a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA). Após serem capturados, os animais que apresentam maus-tratos ou algum tipo de ferimento são levados para os centros de tratamento dessas instituições. “Antes de serem soltos em áreas de florestas, os animais passam pelo monitoramento desses centros veterinários. Só fazemos a soltura após ter certeza que eles estão em bom estado e aptos a retornarem a seus ambientes naturais”, explica o soldado Emerson Siqueira.

De acordo com a veterinária Ellen Eguchi, a maioria dos animais capturados pelos agentes do BPA que chega ao centro de tratamento da UFRA apresenta algum tipo de lesão. "O nosso principal trabalho aqui é fornecer condições necessárias para que esses animais voltem aos seus habitat com saúde. Por isso, além de cuidar dos ferimentos, também avaliamos o peso e a alimentação deles, já que muitos chegam aqui desnutridos”, ressalta a médica.

Entre os casos com final feliz registrado pelo BPA está a captura de uma preguiça encontrada com sintomas de maus-tratos às proximidades de um porto, no bairro do Guamá, no início de fevereiro. O animal descoberto pela auxiliar de serviços gerais Ellen Lopes, estava amordaçado e com várias lesões pelo corpo. “Quando eu encontrei aquele bicho ali no porto, maltratado, a primeira coisa que pensei foi ligar para a polícia para pedir ajuda. E foi graças ao trabalho dos policiais que ele foi resgatado e encaminhado para tratamento. Por isso, quando soube que ele havia sido solto na mata dias depois fiquei feliz com a minha atitude. Afinal, pude contribuir para a proteção do meio ambiente’, comemora Ellen.

Serviço: O Batalhão da Polícia Ambiental funciona na avenida João Paulo II, na área do Parque do Utinga, em Belém. As denúncias sobre resgate e captura de animais silvestres podem ser feitas pelo telefone (91) 3276-5230 ou através do 190.