Estética e inclusão no último dia II Feira Estadual Existir
Cerca de três mil pessoas circularam pela II Feira Estadual Existir, realizada nestas quinta e sexta-feira (21 e 22), Praça do Povo do Centur, com o tema "Arte, cultura, educação e esporte em movimento". A programação reuniu apresentações culturais, oficinas e capacitações gratuitas, além de uma mostra de serviços, programas, debates e novidades voltadas a pessoas com deficiência.
Alinhada ao tema central da feira, a palestra “Estética da identidade – Arte & Humanidades”, ministrada pelo arte-educador, pedagogo, diretor de teatro, coordenador e criador do projeto Tam Tam, de São Paulo, Renato Luiz Martins Di Renzo, foi um dos pontos altos deste último dia da feira. A roda de conversa “A família, seus desafios e conquistas na luta pela inclusão”, que disponibilizou 30 vagas, também atraiu muitos participantes, assim como a oficina sobre dança em cadeira de rodas, destinada a professores, técnicos e acadêmicos.
A diretora geral do Núcleo de Articulação e Cidadania (NAC) Daniele Kayath, destacou que os que os resultados obtidos com a feira ficaram acima das expectativas. “Foram dois dias intensos, em que ouvimos muitos depoimentos favoráveis, tanto de participantes como de visitantes, que comprovaram termos atingido nossos objetivos. Neste ano inovamos com estandes interativos e distribuídos por temas. Os cursos ofertados também trouxeram conhecimentos importantes ao público.”
Projeto Tam Tam - Renato Di Renzo revolucionou o campo das artes na saúde. Suas intervenções urbanas e ações junto à população se tornaram modelo nacional e internacional. O projeto Tam Tam começou em 1989, em Santos (SP), com pacientes de um hospício. “As pessoas que estavam ali eram chamadas de loucas. Utilizamos a arte para trabalhar os desejos e as necessidades deles, como forma de devolvê-los ao convívio social e resgatar sua cidadania.
O projeto busca promover a saúde mental, a educação, o acesso à arte e à cultura, a diversidade e a inclusão social. O trabalho, que utiliza exclusivamente a arte, inclui oficinas de pintura, teatro e dança, grupos de convivência e diversas atividades pautadas no humanismo.
“Existe um pacto assinado por todas as nações que até 2025 o mundo deve se tornar um mundo mais inclusivo. O Brasil precisa correr para se modernizar e investir mais em políticas de inclusão e acessibilidade. Por isso é tão gratificante encontrar aqui no Pará um projeto chamado ‘Existir’, que é um verdadeiro chamamento à inclusão”, explica.
A sexta também contou com o painel “Audiodescrição: acessibilidade e diversidade cultural entre pessoas com deficiência visual”, que ofereceu 40 vagas. A palestra magna da manhã foi com o promotor de Justiça do Ministério Público do Pará, Waldir Macieira, sobre os “Direitos das pessoas com deficiência: novidades da Lei Brasileira de Inclusão – LBI”.
A II Feira Existir teve como objetivo possibilitar acesso e acessibilidade da pessoa com deficiência a espaços de produções e vivências da diversidade cultural, além de promover a capacitação de profissionais e familiares a partir de workshops, palestras e oficinas para formação socioinclusiva.
A professora de Educação Física Maura Medeiros, 51 anos, participou das oficinas de Atividade Esportiva Paralímpica e de Dança. “Eu aprendi muita coisa aqui, como também aprendo todos os dias com os meus alunos especiais. Iniciativas assim nos fazem crescer profissionalmente e nos permitem aplicar esse conhecimento nas salas de aula”, declarou.
Vários órgãos estaduais estiveram presentes na feira, com serviços e orientações para pessoas com deficiência. O evento teve o apoio da Fundação Cultural do Pará e da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio do Plano Estadual de Ações Integradas à Pessoa com Deficiência – Existir.
Lançado pelo Governo do Pará em 2012, e atualmente vinculado ao NAC, o Plano Existir assumiu o compromisso de garantir ações a partir dos eixos saúde, educação, acessibilidade e inclusão social, para a promoção dos direitos fundamentais da pessoa com deficiência na ampliação do acesso ao patrimônio cultural como instrumento de inclusão, fazendo com que ela se sinta integrada à sociedade.
São integrantes do Comitê Gestor do Plano Existir 17 órgãos públicos: Agência de Regulação e Controle de Serviços Públicos (Arcon); Companhia de Habitação do Pará (Cohab); Escola de Governança do Estado (EGPA); as Fundações Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), Carlos Gomes (FCG) e Cultural do Pará (FCP); Núcleo de Articulação e Cidadania (NAC); Universidade do Estado do Pará (Uepa); Defensoria Pública; Polícia Militar e as Secretarias de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), de Ciência, Tecnologia e Educação Profissional e Tecnológica (Sectet), de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas (Sedop), de Educação (Seduc), de Esporte e Lazer (Seel), de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) e de Saúde Pública (Sespa).