Emater trabalha para controlar vassoura de bruxa no cupuaçuzeiro em Breves
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), tenta controlar a infestação de vassoura de bruxa que tem atacado os cupuaçuzeiros em Breves, arquipélago do Marajó. A praga vem atingindo as fruteiras em áreas plantadas e causando grande prejuízo econômico aos agricultores que comercializam a polpa do fruto, principalmente por meio do Programa Nacional de Apoio a Merenda Escolar (PNAE). A Emater estima que mais de 80% da produtividade já esteja comprometida. A safra, que acontece desde janeiro e vai até o final de abril, deve alcançar, este ano, 28 toneladas do fruto.
Segundo dados da Emater, a maioria dos cupuaçuzeiros em Breves provém de áreas plantadas e são os mais afetados pela doença, que ataca diretamente a parte nova da planta - ramo, flor e fruto -, destruindo a produção. “O que temos notado é que como o município tem muita área de produção nativa, essa condição tem servido como proteção natural”, diz o engenheiro agrônomo da Emater, Alfredo Rosas.
Como a vassoura de bruxa - causada pelo fungo moniliophtora perniciosa - não tem cura, a Emater tenta controlar a doença por meio de Demonstração de Método (DM), que trabalha com o agricultor todas as etapas do processo, desde a identificação do fungo até a eliminação das partes afetadas. Após o corte do material contaminado, a Emater diz que o material deve ser enterrado ou queimado fora do plantio. O fungo sobrevive, em média, oito meses após o corte. Visto isso, após a poda tudo deve ser retirado totalmente do espaço de produção.
O agricultor Bertino Pantoja, diz que há cerca de cinco anos conseguia produzir pelo menos uma tonelada de polpa de cupuaçu e parte deste montante era comercializado com a merenda escolar. “Hoje não consigo produzir nem cem quilos por safra. A doença tem prejudicado muito a renda da família porque o cupuaçu é o nosso principal produto econômico”, lamenta o agricultor. A Emater estima que a perda econômica das famílias por conta da vassoura de bruxa já chega a 20%.
A Emater deve fazer cerca de 50 Demonstrações de Método para atingir o maior número possível de famílias produtoras no município. A outra estratégia de controle da doença é a inserção de mudas geneticamente melhoradas de cupuaçu da variedade BRS Carimbó, desenvolvidas pela Embrapa. Um banco de reprodução das mudas já foi estabelecido pela Emater. As novas mudas devem estar prontas para serem disponibilizadas para os agricultores em cerca de 10 meses. A partir da doação da Embrapa, 1.200 mudas devem ser reproduzidas. O quadro da Emater que trabalha no combate da vassoura de bruxa também é integrado pela engenheira ambiental Naiane Menezes e pelo técnico em agropecuária, Jorge Fausto.