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Projeto discute o combate ao trabalho escravo pela educação

Por Redação - Agência PA (SECOM)
26/09/2017 00h00

Cerca de mil estudantes de quinze escolas geridas pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) participaram nesta terça-feira (26) da I Mostra do projeto “Escravo nem pensar”, organizada pela Escola Técnica Estadual Anísio Teixeira, em Belém.

Além das apresentações de dança, teatro e música, foram montados dez estandes com instalações, exposições de painéis e diversos tipos de gravuras sobre o tema. A I Mostra é resultado de um ano de discussão sobre o combate ao trabalho escravo contemporâneo dentro das escolas, contextualizando as atividades em salas de aula a partir de fenômenos sociais atuais.

A professora Walquíria Fagundes, da Escola Boca do Acre, detalhou que o trabalho com os estudantes do 1º ao 4º anos iniciou com a contextualização histórica do trabalho escravo e encerrou com a construção de um conceito para esse crime que é praticado nos tempos atuais. “A partir daí, as crianças expressaram em atividades lúdicas, com música e dança, o que aprenderam sobre o tema”, detalhou.   

Representantes da Secretaria Especial de Justiça e Direito Humanos (Sejudh), Ministério Público Federal (MPF), gestores de escolas, professores e pais de alunos estiveram presentes no evento, que mostrou como a sociedade civil pode se fortalecer ainda mais com a união.

A estudante Clara Ferreira, 10 anos, aluna da Escola Estadual Boca do Acre, trouxe a avó, Maria Luiza Ferreira, para prestigiar o evento. “Criança tem de brincar muito, estudar e ser feliz. Tudo tem de ser no tempo certo, ninguém pode forçar a criança a fazer um a trabalho que tire a gente da brincadeira e da escola”, disse.

O Programa Escravo nem Pensar! já está em 601 escolas de 73 municípios do estado, com a missão de traçar, por meio da educação, estratégias para combater o número de pessoas aliciadas para o trabalho escravo e submetidas a condições análogas à escravidão nas zonas rural e urbana do território brasileiro.

Carlos Cardoso, representante da Sejudh, disse que ficou impressionado com o alto nível de organização do evento e da produção dos trabalhos desenvolvidos pelos estudantes. “O que nos foi mostrado aqui é o mais belo exemplo de que devemos ser firmes nas nossas convicções, mas sem perder a ternura, jamais. Toda a programação deu muito bem o recado sobre o tema, mas tudo foi pensado com muito bom gosto e delicadeza. Essas crianças me deixaram emocionado hoje”, destacou.

A programação realizada em dois turnos mobilizou também a comunidade do entorno da escola, deixando a mensagem sobre o combate às várias formas de trabalho escravo contemporâneo de uma maneira bem criativa, com parodias de hits da atualidade como “Despacito”, de Luis Fonsi, que ganhou uma versão sobre o tema debatido.

Sérgio Araújo, gestor da 2ª Unidade Seduc na Escola (USE), responsável pela programação, adiantou que o projeto continuará sendo realizado nas escolas no próximo ano e de forma ampliada. “O 'Escravo Nem Pensar!' estará em todas as 21 escolas da USE, disseminando informações com o objetivo de combater toda e qualquer forma de trabalho que caracterize condições análogas à escravidão. As escolas são um terreno extremamente fértil para este trabalho de combate”, disse.