Agricultores de Almeirim aprendem a vacinar o rebanho
Dezessete agricultores da comunidade Fazenda Grande, às margens do Rio Chicaia, no município de Almeirim, no oeste paraense, já podem imunizar corretamente os rebanhos bubalino, equino e bovino. Um curso de formação de Agente de Saúde Animal, oferecido pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater), trabalhou durante seis dias a teoria e a prática do processo de identificação das 24 doenças que mais atacam os rebanhos, entre as quais raiva e tuberculose.
Segundo Antonio Silvestre, veterinário da Emater e ministrante do curso, é importante que o agricultor consiga identificar precocemente os sintomas destas doenças, principalmente porque algumas delas não trazem apenas prejuízo comercial, mas também causam sérios danos à saúde humana.
Este foi o quarto curso que a Emater ofereceu aos agricultores, priorizando moradores de comunidades mais distantes da sede do município. A distância e as dificuldades de acesso estão entre os principais entraves para a consolidação da vacinação dos rebanhos. “Agora capacitados, eles podem imunizar os rebanhos, detectar os problemas e diminuir os custos com esse processo”, frisou o veterinário. Segundo Antonio Silvestre, manusear as vacinas também é de extrema importância para o rebanho e a saúde humana, pois elas são fabricadas a partir de vírus vivos.
Certificado - Os agricultores Cleude de Souza e Olival Bentes moram em uma localidade a três horas de lancha voadeira da sede do município. O acesso à propriedade é feito apenas por via fluvial. “Pra vacinar o rebanho temos que ir até a cidade, contratar um vacinador, trazer até nossas propriedades e depois encaminhá-lo de volta. Isso custa muito caro”, disseram os agricultores, que foram aprovados no curso e receberam o certificado reconhecido em todo o território nacional e parte da América Latina.
Animais diagnosticados com raiva ou brucelose precisam ser sacrificados, porque transmitem as doenças rapidamente. Até o momento, mais de 110 agricultores já foram certificados como agentes de saúde animal. A expectativa da Emater é promover outros 10 cursos de formação, com cada um reunindo pelo menos 18 participantes. A febre aftosa também é um dos assuntos abordados durante as formações, apesar de a região ser considerada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) livre de aftosa com vacinação.
