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Armazém do Tempo promove a valorização da arte indígena

Por Redação - Agência PA (SECOM)
30/03/2015 14h24

Desde outubro de 2014, o Parque Zoobotânico Mangal das Garças abriga a exposição Awaeté do Xingu. Instalada no Armazém do Tempo, a mostra expõe e comercializa produtos artesanais confeccionados pelos índios Asurini, resultado de projeto desenvolvido pela Fundação Ipiranga há 15 anos, que resgata o hábito e a transmissão desta produção dentro da tribo.  

A exposição que era pra ser temporária agradou tanto os visitantes do Mangal que permanecerá de forma definitiva no Armazém do Tempo, levando um pouco da cultura regional para quem visita o parque. Gabriela Landé, presidente da Pará 2000, Organização Social que administra o Mangal, conta que a parceria com a Fundação Ipiranga cumpre com a proposta do espaço, originalmente projetado para divulgar a arte dos povos tradicionais aos visitantes do parque: “A Fundação Ipiranga foi escolhida para ocupar o Armazém do Tempo por manter um trabalho social relevante junto ao povo Asurini, fomentando a produção artesanal e ao mesmo propiciando uma fonte de renda aos indígenas”, explica.  

O povo Asurini do Xingu vive em aldeias à margem direita do Rio Xingu, na terra indígena Koatinemo. A região está ligada ao município de Altamira, onde fica a sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), o que lhes garante apoio e proteção. Com uma população aproximada de 190 pessoas, os índios desenvolvem a atividade agrícola, caça, coleta, pesca e também se dedicam à manutenção da rica cultura tradicional, marcada pelos grafismos impressos em cerâmica, tecidos e outros objetos.

Suely Menezes, presidente da Fundação Ipiranga, conta que a tradição de repassar o conhecimento linguístico e cultural entre gerações foi resgatada com o advento do projeto: “Promovemos oficinas onde os mais velhos da tribo passam este conhecimento aos mais novos. A ideia é valorizar e fortalecer a tradição cultural, promovendo a circulação da arte produzida na aldeia, única remanescente desse povo”.

No Armazém do Tempo, o público poderá encontrar artigos característicos da cultura indígena como cerâmicas, cuias, objetos ritualísticos, acessórios e redes. A produção artesanal Asurini também inclui um mix de produtos customizados, como camisas, chaveiros, canecas e bolsas, todas personalizadas com grafismo indígenas. “São artesanatos belíssimos, de extremo bom gosto e qualidade. Nós estamos no seio da Amazônia, região do país que concentra grande parte da população indígena, e não poderíamos deixar de abrir esse espaço para que esta produção seja conhecida e comercializada”, conclui Gabriela Landé.

O Parque Zoobotânico Mangal das Garças funciona de terça a domingo, sempre das 9h às 18h. A entrada no Armazém do Tempo é gratuita.