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Uepa implanta Teste do Suor para diagnósticar fibrose cística

Por Redação - Agência PA (SECOM)
15/04/2015 16h58

O Ministério da Saúde (MS) estima que, no Brasil, cerca de 1.250 pessoas tenham fibrose cística. A doença incurável bloqueia os canais dos brônquios, dificulta a respiração, causa tosse crônica e pneumonia. Pode ser diagnosticada nos primeiros dias de vida do bebê por meio do Teste do Suor, implantado há um mês no Laboratório de Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Lapad) da Universidade do Estado do Pará (Uepa). O Lapad é o único da rede pública no Pará que realiza o exame.

Por intermédio de uma técnica moderna, um gel e eletrodos são colocados no recém-nascido. Um equipamento estimula a produção de suor. O exame é indolor e rápido. ‘’ São colocados eletrodos no braço da criança com gel de Pilocarpina. Esses eletrodos funcionam através de um equipamento chamado Macroduct, que faz a coleta do suor. A Chlorochek é outra máquina, que vai dosar a quantidade de cloro no suor’’, explica o coordenador do Lapad, professor José Marcelo Magalhães.

O Teste do Suor só é feito quando a criança apresenta alterações na fase III da Triagem Neonatal (Teste do Pezinho). Ele confirma a doença. “Só é feito o teste quando a criança apresenta alteração no teste de dosagem de IRT (Tripfina Imuno Reativa), também realizado pela Uepa’’, diz o coordenador. Devido a baixa demanda de pacientes com suspeita da doença, os exames são realizados todas as últimas quintas-feiras de cada mês, no Lapad, localizado no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde(CCBS), na Travessa Perebebuí, no bairro do Marco, em Belém.

O resultado sai num prazo de cinco dias. Caso seja positivo, a família é informada imediatamente. O Ambulatório do  Serviço de Referência em Triagem Neonatal (SRTN), no Centro Saúde Escola da Uepa, dispõe de médicos especializados para o tratamento totalmente gratuito. “Trata-se de um salto imenso no diagnóstico precoce da doença. É um instrumento valioso para tentar amenizar o problema na criança’’, diz o professor.  

O Lapad também realiza a Fase I, II, III do Teste do Pezinho e se prepara para dar início à Fase IV do exame. A Fase I consiste no exame de TSH (Hormônio Tiroestimulante), que verifica a ocorrência de hipotireoidismo. Dentro dessa fase, há também o exame de PKU (Phenylketonuria), que investiga a fenilcetonúria, doença genética.  A Fase II trata-se do teste de hemoglobina para diagnóstico de anemia falciforme. A Fase III mostra se o indivíduo tem fibrose cística. O Teste do Suor complementa a Fase III.

A Fase IV, ainda a ser implantada, inclui o tratamento e o acompanhamento da Hiperplasia Adrenal Congênita, doença genética caracterizada pela baixa produção dos hormônios Cortisol e Aldosterona, além do aumento de produção dos hormônios masculinos (Androgênicos).

Mais de 600 postos de saúde em todo o Estado do Pará coletam amostras de sangue e encaminham ao Laboratório, que faz mais de 10 mil testes todo mês. Antes, em função da distância, as coletas chegavam em até 29 dias. Desde 2014, as amostras passaram a chegar pelo serviço de entrega rápido Sedex, da Empresa Brasileira de Correios. A rapidez otimizou a triagem. Ainda este mês, a Uepa pretende colocar no ar um site para que as unidades de saúde possam conferir, dos próprios municípios, os resultados dos testes via internet.