Em quatro anos, Emater ampliou em mais de mil por cento atendimento a indígenas
No quadriênio 2011-2014, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater) ampliou o atendimento a indígenas de 205 em 2011 para 2.373, em 2014. Os números significam um aumento 1.057%. Atualmente o órgão estadual atende indígenas nos municípios de Oriximiná, Ourilândia do Norte, Tucumã, Jacareacanga, Santa Luzia do Pará e na região sul paraense.
De acordo com o coordenador técnico da Emater, Paulo Lobato, esse salto se deve a um trabalho mais intensificado de articulação entre os escritórios locais da empresa juntos as essas populações em especial com relação ao acesso a políticas públicas. “Trabalhamos, em parceria com a Funai (Fundação Nacional do Índio), para inserir este público nos programas federais de Alimentação Escolar, o Pnae; de Aquisição de Alimentos, o PAA; de Habitação Rural, o PNHR; além de crédito rural”, explica Lobato, que também ressalta a importância da parceria da empresa com as prefeituras municipais.
Em Cumaru do Norte, sul do estado, 200 famílias indígenas da etnia Kaiapó, da aldeia Gorotire, foram contempladas, no início deste ano, com a emissão da Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento a Agricultura Familiar-Pronaf (DAP), para fins de acesso ao Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR), também conhecido como Minha Casa Minha Vida Rural. As “DAPs indígenas” foram emitidas pelo escritório local da Emater.
Em Santa Luzia, nordeste paraense, a Emater elabora um diagnóstico em cinco das 13 aldeias da etnia Tembé, com o objetivo de ampliar a infraestrutura de produção de alimentos e a qualidade de vida dos indígenas. A empresa também apóia os indígenas com um projeto de piscicultura, no qual os indígenas são capacitados sobre todo o processo de produção de peixe, que inclui construção dos tanques, alimentação, manejo e processamento do pescado.
Em Jacareacanga, no oeste paraense, técnicos da Emater trabalham com o melhoramento da qualidade da farinha e derivados da mandioca, junto aos os indígenas da etnia Munduruku. O objetivo é melhorar a qualidade do produto para o consumo e também para a comercialização. Os indígenas passaram por capacitação para produzir farinhas de tapioca e puba (massa extraída da mandioca fermentada e largamente utilizada na produção de bolos, biscoitos e diversas outras receitas típicas), tucupi e bolo de massa puba.
Em 2013, as cerca de 20 famílias Muduruku que foram capacitadas pela Emater produziram mais de 11 toneladas de farinha, resultado da produção de 20 toneladas de raiz de mandioca. A produção gerou em torno de R$ 40 mil para as famílias. “Essas famílias participaram pela primeira vez do processo de capacitação e aumentaram em 80% a renda”, disse Raimundo Delival, chefe do escritório local da Emater, em Jacareacanga.