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Animais treinados são fortes aliados no trabalho de segurança pública

Por Redação - Agência PA (SECOM)
20/04/2015 18h14

É uma parceria fiel e afetiva aquela entre o animal e seu dono, mas a interação ganha uma carinhosa disciplina quando a rotina é trabalho. Ser acompanhado por um cão ou um cavalo no cotidiano é motivador para quem tem essa oportunidade. O auxílio dos animais ao serviço humano é cada vez mais reconhecido, principalmente na área da segurança pública.

O Corpo de Bombeiros Militar do Pará ainda não tem canil, mas já viveu os benefícios da experiência. “Usávamos dois cães de dois militares para busca de pessoas, dois labradores. Eles tinham o treinamento específico para cães de busca. Tivemos um bom exemplo da eficácia do uso do cão quando fazíamos as buscas de vítimas no desabamento do prédio Real Class. A Pandora e o Audi conseguiram localizar a vítima no dia que chegaram lá. Sinalizaram o local rapidamente. Só levou mais tempo pela retirada de escombros. Se o cão é treinado, a gente confia cegamente”, diz o capitão Eden Neruda, do Corpo de Bombeiros.

Apenas um cachorro substitui o trabalho de 20 homens treinados. Um fascínio para quem quer trabalhar na área de salvamento. “Não tenho o treinamento, mas estou aguardando. Já gosto de cachorros e quero unir meu gosto e o trabalho. As operações com cães são melhores, pois elas diminuem gastos e poupam tempo e efetivo, além de zelarem pela integridade física do militar, que não se expõe a tantos riscos”, comenta primeiro tenente Rodrigo Melo.

Diante disso, o Corpo de Bombeiros do Pará já está construindo um canil próprio, segundo o primeiro tenente Rodrigo Martins. “Já trabalhei em buscas sem o cão e é bem mais difícil. Não tem porque não investir nessa modalidade. As obras do espaço físico do canil e a seleção dos filhotes acontecem ainda esse ano”, afirma.

Fidelidade – Já na Polícia Militar do Estado, o canil existe há 40 anos, atualmente funcionando com 30 cães. Comandante do regimento, o major Luiz Marcelo vê o trabalho como uma terapia. “Quando a gente chega, o animal já mostra felicidade e carinho. A fidelidade é mútua. Formamos um laço de amizade que chamamos de binômio”, declara.

Os cães policiais são treinados para localizar entorpecentes e explosivos, para intimidação e também para terapia com pacientes hospitalares. A PM adestra cachorros das raças cocker spaniel, pastor alemão, pastor belga de malinois e rottweiler.

“O treinamento é feito por associação. Para o cão é uma brincadeira. Ele não entra em contato direto com os explosivos ou as drogas. Ele associa tudo a uma bola que damos como recompensa. Os cachorros não se viciam como algumas pessoas acreditam porque não há contato direto. Esses animais têm cerca de 250 milhões de células olfativas, e o homem tem apenas cinco milhões. O poder de faro deles é infinitamente melhor”, defende o major.

Cavalaria – A Polícia Militar também tem um regimento montado. O trabalho com os cavalos é tão afetivo e fiel quanto o trabalho com cachorros. “Temos 72 cavalos em Belém e 80 distribuídos no interior do Estado. Eles são a melhor companhia para trabalhar em situações adversas. Com eles somos um conjunto. Eles se adaptam a qualquer geografia, em relevos mais difíceis, e nos levam. Os cavalos são versáteis e ajudam em muito nosso policiamento”, considera o tenente coronel Mauro Matos, comandante da Cavalaria da PM do Pará.

Ainda com o serviço de equoterapia, os policiais aproveitam todas as vantagens que o animal traz. “A terapia com as crianças funciona muito bem, traz um resultado positivo para os pacientes e para o regimento. Essa é uma ação que aproxima a sociedade do comando, diminuindo os estigmas entre nós”, acredita o militar.