Municípios reforçam campanha de prevenção às doenças crônicas
Em alusão ao Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, comemorado no último domingo, 26, oito municípios paraenses reforçam, durante toda a semana, a Campanha de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial Sistêmica. A ação tem o intuito de incentivar a busca ativa para tratar precocemente as doenças crônicas. A ação tem o apoio dos Centros Regionais de Saúde vinculados à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Traquateua, Ananindeua, Augusto Corrêa, Bonito, Bragança, Ourém e Salinópolis são os municípios que participam da ação este ano, com atividades como palestras educativas com distribuição de panfletos, orientações educacionais, reprodução de vídeos, atividades físicas, verificação da pressão arterial sistêmica e da glicose, avaliação nutricional e atualização de vacinas, entre outras.
“Queremos abastecer a população com informações acerca da doença e seus fatores de risco para que, assim, as pessoas possam assumir a corresponsabilidade da saúde”, disse a coordenadora estadual de Doenças Crônicas não Transmissíveis, Silvia Corrêa.
O atendimento é oferecido pela atenção básica, por meio da Estratégia Saúde da Família. A população pode procurar as unidades que oferecem o programa Hiperdia, que tem como objetivo reduzir os fatores de riscos e a morbi-mortalidade por hipertensão arterial, diabetes e suas complicações, como o acidente vascular cerebral e falência dos rins. O programa prioriza a promoção de hábitos saudáveis de vida, prevenção e tratamento com ênfase na atenção básica.
Considerado a porta de entrada para o tratamento contínuo da hipertensão, o programa existe em 1.898 Unidades Básicas de Saúde espalhadas pelos 144 municípios paraenses, além de 919 estratégias do Programa Saúde da Família (PSF). Para tanto, basta ter em mãos um documento de identidade com foto e comprovante de residência.
Incidência – A Federação Internacional de Diabetes estima que, em 2030, haverá 552 milhões de pessoas com diabetes no mundo, e a expectativa de mortes em decorrência da doença deve chegar a 3,8 milhões por ano – cerca de 6% da taxa de mortalidade mundial.
“As ações intensificam a busca ativa para se ter conhecimento dessa população hipertensa. Queremos sair das estimativas para trabalhar o planejamento das ações de promoção e prevenção em cima de dados concretos e reais”, disse Silvia Corrêa.
Segundo o Ministério da Saúde, quase 30% da população adulta do Pará, o equivalente a 1,5 milhão de pessoas, têm pelo menos uma doença crônica não transmissível, segundo dados inéditos da Pesquisa Nacional de Saúde. O levantamento, feito pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que essas enfermidades atingem principalmente o sexo feminino (33,8%) – são 903,2 mil mulheres e 641,9 mil homens (25,2%) portadores de enfermidades crônicas. No Brasil, o índice atinge cerca de 40% da população, o equivalente a 57,4 milhões de pessoas.
“Dentro desse processo que tem o município como executor das ações, é importantíssima a visão que se está tendo em trabalhar a hipertensão arterial e os fatores de risco, desta e de outras doenças crônicas”, concluiu a Silvia Corrêa.
As doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por mais de 72% das causas de mortes no Brasil. A hipertensão arterial, o diabetes, a doença crônica de coluna, o colesterol (principal fator de risco para as cardiovasculares) e a depressão são as que apresentam maior prevalência no país. A existência dessas doenças está associada a fatores de risco como tabagismo, consumo abusivo de álcool, excesso de peso, níveis elevados de colesterol, baixo consumo de frutas e verduras e sedentarismo.
Segundo o Ministério da Saúde, doenças crônicas de grande magnitude, sendo também as mais graves, a hipertensão e o diabetes foram alvo de profunda investigação da Pesquisa Nacional de Saúde. A pesquisa revelou que a hipertensão atinge 684 mil pessoas acima de 18 anos no Pará, o que corresponde a 13,1% da população. Importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, a doença aparece mais no sexo feminino, com prevalência em 14,8% das mulheres e 11,4% dos homens no Estado. No Brasil, a hipertensão atinge 31,3 milhões de adultos, o que corresponde a 21,4% da população.