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Capacitação atualiza profissionais para o manejo clínico da dengue e da febre chikungunya

Por Redação - Agência PA (SECOM)
30/04/2015 15h34

Departamento de Controle de Doenças Transmitidas por Vetores, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), promoveu nesta quinta-feira, 30, em Belém, uma capacitação sobre Manejo Clínico para Dengue e Chikungunya, direcionada a 30 profissionais de nível superior, entre médicos e enfermeiros, que atuam em unidades de saúde, hospitais públicos, militares e privados sediados na capital e nos municípios Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara.

Dados sobre a disseminação das duas doenças no País, como mudanças climáticas e o aumento do fluxo de pessoas, intensificado pelo turismo internacional, condições de coleta de lixo e abastecimento irregular de água, foram destacados durante a solenidade de abertura do evento, que contou com a participação da secretária de Estado de Saúde, Heloísa Guimarães; da coordenadora estadual de Vigilância em Saúde, Rosiana Nobre; do diretor do Departamento de Endemias, Bernardo Cardoso, e da coordenadora estadual do Programa de Controle da Dengue e Chikungunya, Aline Carneiro.

Bernardo Cardoso lembrou que a capacitação é um importante instrumento de atualização técnica dos profissionais que lidam com a saúde da população na rotina de atendimento. “Quem atua com atendimento clínico tem que estar preparado para dar orientações que auxiliem no diagnóstico precoce e no manejo adequado, diferenciando dengue de chikungunya e recomendando a conduta adequada para cada caso”, explicou.

No roteiro da atividade foram destacadas as características da dengue, sobretudo com foco para os novos tipos de classificação (dengue, dengue com sinais de alarme; e dengue grave), que estão em vigor desde ano passado, por recomendação do Ministério da Saúde, e de acordo com todos os protocolos internacionais existentes. De acordo com uma das condutoras do treinamento, a médica infectologista e pesquisadora do Instituto Evandro Chagas (IEC), Tânia Chaves, é importante que os profissionais estejam atentos para manter as medidas de intensificação para controle e combate às duas doenças, uma vez que o manejo e atendimento adequados do paciente têm impacto positivo na redução dos casos graves e mortes.

A título de auxílio aos profissionais participantes, que serão multiplicadores da informação em seus locais de trabalho, foi destacado que o Ministério da Saúde mantém, em seu site, publicações técnicas sobre os dois agravos, com destaque para o recém-lançado “Guia para o manejo clínico da febre de chikungunya”, que traz em detalhes recomendações de especialistas no assunto sobre procedimentos a serem adotados e as medicações que devem ser ministradas aos pacientes, resultando em referência técnica para assegurar a segurança na conduta clínica dos infectados. “Os sintomas da dengue e da febre chikungunya são muito parecidos. Por isso, acessar o diagnóstico correto é o principal desafio dos profissionais médicos”, alertou Tânia Chaves.

A febre de chikungunya é causada por vírus do gênero Alphavirus e é transmitida por mosquitos do gênero Aedes, sendo as fêmeas do Aedes aegipty e Aedes albopictus os principais vetores. Os sintomas que se apresentam são febre alta, dor muscular e nas articulações, cefaleia e exantema (erupção cutânea); os sinais costumam durar de três a 10 dias. Segundo informações da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a letalidade da chikungunya é rara, sendo menos frequente que nos casos de dengue.

O quadro da febre envolve três fases (aguda ou febril; subaguda e crônica) e, até o momento, segundo o Ministério da Saúde, não há tratamento antiviral específico para a doença. A terapia utilizada é de suporte sintomático, hidratação e repouso. O chikungunya causa uma dor articular muito intensa, o que demanda atenção especial dos médicos na prescrição de antinflamatórios que podem, por outro lado, não ser indicados para a dengue. Outras informações destacadas no treinamento levarão em conta que, embora a febre de chikungunya não seja uma doença de alta letalidade, possui um potencial de elevar a taxa de morbidade quando vinculada à artralgia persistente, que traz consequências tenebrosas para a população, como a redução da produtividade e da qualidade de vida, sobretudo se estiverem associados a pessoas com doenças preexistentes.

A capacitação sobre Manejo Clínico para Dengue e Chikungunya aconteceu ao longo desta quinta-feira, 30, na sala 106 do Instituto de Estudos Superiores da Amazônia (Iesam), em Belém, com apoio do Instituto Evandro Chagas, Universidade Federal do Pará (UFPA) e Ministério da Saúde (MS).