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Idosos precisam de respeito, segurança e qualidade de vida

Por Redação - Agência PA (SECOM)
01/10/2017 00h00

Elci Gayoso Costa, 79 anos, há mais de 10 anos pratica hidroginástica e ginástica rítmica nas segundas e quintas-feiras, e ainda faz alongamento. Ela diz que quando não pode comparecer às atividades físicas sente o corpo mais pesado. Elci, que também participa das comemorações e dos passeios junto com as amigas do Projeto Vida Ativa, chegou à terceira idade ativa se recusando a ficar em casa vendo o tempo passar. Ela compõe a estatística de idosos que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dobrou nos últimos 20 anos no Brasil.

Em um estudo publicado em junho deste ano, o Instituto aponta que a proporção de idosos no Brasil passou de 9,8% para 14,3%. O perfil dessa parcela da população que trabalha sofreu mudanças: diminuiu a proporção de idosos ocupados que recebiam aposentadoria de 62,7% para 53,8%, e aumentou a participação de pessoas com 60 a 64 anos entre os ocupados, de 47,6% para 52,3%.

No Dia Internacional do Idoso - comemorado anualmente em 1º de Outubro - Elci Costa é um exemplo para as políticas públicas e a própria sociedade. A data foi instituída em 1991 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para sensibilizar a sociedade sobre questões relativas ao processo de envelhecimento e à necessidade de proteger e cuidar melhor da população idosa.

“Fazendo exercício eu me sinto bem. Faço meus trabalhos em casa. Me sinto feliz e tenho bons amigos, pois a nossa convivência aqui é como uma segunda família. Passeamos pelo interior do Pará. Conversamos, brincamos , dançamos, nos sentimos bem e fazemos muitos amigos”, conta Elci Costa.

Ela integra o grupo atendido pelo Projeto Vida Ativa, mantido pela Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), beneficiando cerca de mil idosos em seis polos na Grande Belém - Escola Triunfo, Associação da Assembleia Legislativa (Asalp), Estádio Mangueirão, sede da Tuna Luso Brasileira, Universidade do Estado do Pará (Uepa) e Hospital Abelardo Santos, no Distrito de Icoaraci.

A coordenadora do projeto, Liane Costa,  explica que o “Vida Ativa” atende pessoas com mais de 50 anos, mas é voltado principalmente a maiores de 60 anos. O projeto oferece aos idosos atividades físicas, sociais e cognitivas, para que possam melhorar a qualidade de vida. “Além da melhora no condicionamento físico, ele consegue ter um melhor rendimento em suas atividades diárias, diferente do idoso que fica sozinho em casa, que pode desenvolver um quadro de depressão”, ressalta Liane Costa, professora de Educação Física.

Mais disposição - O servidor público aposentado Agnaldo Santos, 66 anos, pratica dança e caminhadas em três dias na semana. Após a aposentadoria, ele ficava o dia inteiro em casa, situação que lhe causou um grande incômodo. “Hoje, tenho mais disposição para viver. Aqui a gente forma uma só família, conversa, se diverte, dança. A vida melhorou muito”, afirma Agnaldo.

A técnica em Segurança do Trabalho Jucilene Nascimento, 53 anos, ainda não chegou à terceira idade, mas participa do “Vida Ativa”, onde se destaca pela animação. Jucilene procurou o projeto depois de atingir 90 quilos e apresentar um quadro depressivo, que combatia com medicamentos. “Eu não tinha ânimo para nada. Agora emagreci 15 quilos, estou com a energia de cima e ninguém me dá mais de 35 anos. Gosto de estar em contato com as pessoas mais velhas. Elas sempre têm muito para nos ensinar”, ressalta.

Proteção – De janeiro a junho deste ano a Delegacia de Proteção ao Idoso, em Belém, registrou 187 boletins de ocorrências de crimes contra idosos. Destes, 56 geraram procedimentos policiais. Desvio de proventos, abandono, maus-tratos e violência psicológica são as maiores ocorrências. Na maioria das vezes os crimes são cometidos pelos próprios familiares das vítimas.

A Delegacia recebe e apura denúncias e ocorrências que envolvam maus-tratos a pessoas com idade acima de 60 anos. As ocorrências são avaliadas e investigadas, se for necessário. As denúncias recebidas pelo Disque 100 e 181 são todas investigadas, para instauração de processo criminal, quando há necessidade. Para o atendimento das denúncias, a Delegacia de Proteção ao Idoso ainda conta com atendimento mais especializado, feito por psicólogos e assistentes sociais, com um tempo menor de espera.

Segundo a diretora de Atendimento a Grupos Vulneráveis da Policia Civil, delegada Aline Boaventura, o número de crimes conta idosos não aumentou, e sim o acesso da população à informação e aos canais de denúncia. “O crescimento também é resultado da credibilidade do procedimento adotado pela Delegacia no atendimento e na solução dos casos”, afirma a policial.

“Eu vou envelhecer, e você? – Realizado pela Gerência de Proteção ao Idoso, da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), o Projeto Eu vou envelhecer, e você? visa à conscientização de crianças do 4º e 5º ano de escolas estaduais sobre os cuidados com a pessoa idosa.

O projeto realiza quatro encontros em cada escola atendida. Nos encontros são abordados vários temas relacionados ao idoso, como processo de envelhecimento, Estatuto do Idoso, violência e respeito.

Serviço:

Projeto Vida Ativa - A partir do dia 3 de outubro (terça-feira) estarão abertas as matrículas, oferecidas gratuitamente. Basta apenas apresentar atestado de um cardiologista garantindo que a pessoa está apta para exercícios físicos, cópia da carteira de identidade e comprovante de residência. 

Delegacia de Proteção ao Idoso

Funciona no primeiro andar do prédio da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe), na Rua Avertano Rocha, nº 417, entre as travessa Padre Eutíquio e São Pedro, Bairro Cidade Velha, em Belém. Fone: (91) 3241-5907.