Governo do Pará adquire equipamento de referência mundial para perícias
O Centro de Perícias Científicas Renato Chaves agora dispõe de um novo equipamento de alta tecnologia, que proporciona 100% de precisão e rapidez em perícias de mortes decorrentes de ferimentos provocados por armas de fogo, lesões internas e traumatismos em acidentes de trânsito e quedas de alturas elevadas. Trata-se do Flatscan, máquina que permite que diversos exames sejam realizados em corpos sem que seja necessário fazer qualquer corte. O Estado do Pará é o primeiro da região Norte do País a adquirir o equipamento, encontrado somente em outros seis estados brasileiros.
A primeira máquina Flatscan do Estado foi implantada no mês passado na Unidade Regional do Centro de Castanhal. Usada por peritos, o scanner direciona o exame por meio da radiografia compartimentada, ou seja, por cada região do corpo a ser analisado. O equipamento gera imagens de raio X de alta resolução e padrão médico, o que possibilita uma análise detalhada da causa da morte, sem a necessidade de procedimentos invasivos.
“Testes comprovam que o Flatscan substitui quatro equipamentos convencionais para realizar os mesmos exames, o que o torna indispensável em momentos que necessitamos de maior agilidade e qualidade na análise e geração de laudos periciais. É uma ferramenta que vem auxiliar no campo da radiologia forense no Estado, dando maior segurança e precisão nos exames de necropsia. Com certeza sua aquisição traz um grande avanço para a medicina legal no Estado do Pará”, afirma Felipe Sá, coordenador das Unidades Regionais do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves.
Apesar de ser um equipamento de alta tecnologia, seu funcionamento é simples: o corpo é introduzido em um túnel de roletes motorizados, passa pelos raios X e a imagem é gerada em segundos. Atualmente, muitos Institutos Médicos Legais (IMLs) utilizam equipamentos de raios X convencionais, que apresentam diversas dificuldades na geração do exame e no posicionamento do corpo. O Flatscan foi criado para solucionar estas falhas.
Os principais benefícios do equipamento são a agilidade na geração da imagem para análise pericial e a praticidade de manipulação do corpo pela esteira de roletes. Além disso, o Flatscan dispensa sala especial para ser operado. Enquanto os raios X médicos convencionais precisam de uma sala toda revestida de chumbo, este equipamento não. Ele é blindado e protege todos a sua volta, gerando economia e praticidade.
Além da agilidade do trabalho pericial proporcionada por essa tecnologia, Fernando Lopes, gerente da Unidade Regional de Castanhal, destaca ainda outro fator que ele considera de grande importância: a dispensa de exumação de um cadáver para nova análise, caso sejam levantadas dúvidas sobre os tipos de armas empregados num homicídio, por exemplo. “Essa é uma máquina muito moderna que tem nos ajudado na realização das necropsias, principalmente nos casos em que não conseguimos encontrar os projéteis de arma de fogo no corpo. Com ela, torna-se muito mais fácil este processo, além de também conseguirmos, através do escaneamento do corpo, encontrar a trajetória do projétil, seu tamanho, a distância percorrida por ele, entre outras informações muito importantes para a geração do laudo. É um equipamento que vem para auxiliar e facilitar o trabalho pericial”, explica.
Primeiramente implantado na unidade regional de Castanhal, o processo de instalação do Flascan em Belém já está em andamento. O CPC Renato Chaves estuda agora a possibilidade de levar o equipamento para outras unidades regionais do Centro.