“Desenvolvimento do Brasil passa pelo desenvolvimento do Pará”, diz presidente de grupo argelino
O governador Simão Jatene esteve na tarde deste sábado, 16, em audiência com o presidente da principal empresa privada da Argélia, Grupo Cevital, Isaad Rabrab. Do encontro participaram, ainda, os secretários Adnan Demachki (Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia) e Hildegardo Nunes (Desenvolvimento Agropecuário e Pesca) e executivos da companhia, líder africana na produção de alimentos e uma das maiores do mundo na produção e processamento de grãos.
Pela companhia também estiveram Adam Iskounen, diretor para Assuntos Internacionais, e Paulo Hegg, conselheiro de Investimentos. Ambos já participaram de outras audiências em Belém para tratar dos projetos do grupo no Estado.
A empresa preprara um novo salto no mercado mundial. Após expandir as ações pela África, com projetos no Marrocos, Tunísia, Egito, Sudão e Costa do Marfim, onde atuará na região oeste do continente, a Cevital já possui investimentos na Europa, especialmente na Itália, onde avança com projetos de logística para distribuição de produtos. Na América do Sul, a empresa planeja iniciar as atividades pelo Brasil, escolhendo o Pará como um desses destinos. “Já fazemos importação do Brasil, representando mais de 80% do comércio entre a Argélia e o Brasil, com atuais cerca de R$ 1,5 bilhões de dólares. Queremos, em médio prazo, atingir R$ 15 bi, mas exportando para outros países com os quais estamos abrindo mercado, na África e na Europa”, afirma Issad Rabrab, presidente do grupo.
Segundo o empresário, o Pará tem se empenhado na busca de parceiros e tem sido ativo na atração de investimentos. “É uma postura elogiável. E é um Estado que naturalmente já chama a atenção. O Pará e o Norte da África estão muito próximos. Saindo de Barcarena, nossos produtos ganham quatro dias a menos de viagem em relação aos portos de Santos ou Paranaguá. Isso é fundamental, pois reduz o custo de frete e transporte de diversos produtos, como grãos, insumo para ração animal, oleos comestíveis e gado, uma vez que toda carne consumida na Argélia é importada, por exemplo”, disse.
Para ele, a companhia tem ainda interesse em investir em projetos de logística no Brasil, para reduzir ainda mais o custo de transporte e tornar os produtos da empresa mais competitivos no mercado internacional. “O Brasil tem uma capacidade extraordinária de produção mineral, pecuária e agroindustrial, mas temos uma grande barreira, que é a falta de melhor logística, no país como um todo. O custo no Brasil de transporte é de 150 dólares por tonelada, enquanto os americanos tem esse custo na faixa de 25 a 30 dólares. Quando conseguirmos reduzir isso, o Brasil será ainda mais forte no cenário mundial. É por isso que entendo que o desenvolviemnto do Brasil passa, necessariamente, pelo desenvolvimento do Pará e queremos participar disso”, destacou Isaad rebrab, confirmando o interesse em investir no Estado.
Ainda na reunião realizada no sábado, o governo do Estado apresentou o potencial econômico paraense e alguns projetos na área de logística, como a Ferrovia Paraense, que já está com estudos autorizados pelo governo. “Concordamos com a necessidade do Brasil investir mais em infraestrutura e logística e o Pará tem esse desafio. Deixamos pelas nossas estradas uma grande parte das nossas riquezas naturais ou produzidas no campo com muito esforço. Por isso a nossa preocupação com a logística e com projetos como a ferrovia. Firmar parcerias com empresas que querem investir no Estado e compreendem que o desenvolvimento do país passa pelo Pará é o nosso maior desafio. E ter esse forte indicativo, no momento em que o país vive, é algo ainda mais importante”, destaca o governador paraense.
Neste domingo, a comitiva do Governo do Pará segue logo no início da manhã para o município de Bejaia, onde o grupo irá conhecer as unidades de produção de açúcar, óleo e margarina, além de uma usina em Larabaa.