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Encontro discutirá avanços no tratamento das hepatites virais

Por Redação - Agência PA (SECOM)
21/05/2015 15h16

O Instituto do Fígado e Gastroenterologia e a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Hepatites Virais, farão nesta sexta-feira, 22, no hotel Radisson, em Belém, evento alusivo aos 50 anos de descobrimento do Antígeno Austrália, descrito como o vírus B da hepatite, e aos avanços no tratamento das hepatites virais no Brasil em meio século. O momento também servirá para o lançamento da campanha “Julho Amarelo”, em decorrência do Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, observado a cada 28 de julho.

Com o apoio do Instituto Evandro Chagas, da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, do Banco Social de Doação de Órgãos e Transplantes e das ligas acadêmicas de Hepatologia, o encontro reunirá profissionais empenhados no desenvolvimento dos estudos e das ações alusivas às hepatites virais que, reunidas, são a oitava entre todas as causas de mortes no mundo, mesmo se levados em conta acidentes e guerras.

No Pará, o esforço da saúde pública tem se refletido nesse combate ao sub-registro de casos associado à ampliação da testagem e do diagnóstico, no estímulo à vacinação contra o tipo B – ofertada gratuitamente pelo SUS a toda população até 49 anos – e na ampliação da assistência e do tratamento dos tipos mais perigosos: B e C.

“Por ser uma doença silenciosa, nosso foco tem sido a busca ativa por pessoas que não sabem que têm os vírus e precisam logo se tratar para não serem surpreendidas com as consequências de um diagnóstico tardio, como uma cirrose ou câncer de fígado, e também que não transmitam a doença a outras pessoas”, explica Cisalpina Cantão, coordenadora estadual de Hepatites Virais.

Números - Devido o estímulo progressivo ao diagnóstico precoce, os casos de hepatite têm aumentado no Pará. Entre 2007 e 2014 foram confirmados 2.211 casos do tipo B e outras 871 ocorrências da forma C. Só no ano passado, surgiram 242 casos de hepatite B, além de 91 do tipo C. Entre janeiro e 11 de maio deste ano já foram diagnosticados 299 pessoas com hepatites, das quais 148 com o tipo A; 102 com o vírus B e outras 49 para a tipagem C. A estimativa do Ministério da Saúde é que no Brasil 800 mil pessoas estejam infectadas pelo vírus B e 1,5 milhão de pessoas pela hepatite C. Da infecção até a fase da cirrose hepática, pode levar de 20 a 30 anos, em média, sem nenhum sintoma.

“Posso dizer que o Pará é o Estado do Brasil que mais tem feito testagens para hepatites e, para isso, tivemos o apoio do Ministério da Saúde, que foi fundamental nesse processo, e das equipes da gestão estadual, por abraçarem essa causa. É importante ressaltar que a hepatite C é a principal causa de indicação de transplante no país e no Pará. A do tipo D, conhecida como Delta, é mais comum no oeste paraense, caracterizada pela evolução para cirrose e câncer no fígado”, destaca a médica hepatologista Márcia Iasi, que acompanha também pacientes com hepatite C que passam por tratamento na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, referência estadual em doenças do fígado e que, a partir de junho, contará com novo espaço onde passará a realizar exames para detecção da presença de fibrose no fígado em pacientes com hepatites B e C por meio do Fibroscan, equipamento que realiza a elastografia hepática (ET), que dispensa o corte e a perfuração no órgão e possibilita ao médico acesso ao diagnóstico a partir de dez minutos.

Medicamentos – No evento, também estará em debate os avanços obtidos pelo Brasil em relação aos medicamentos recentemente aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento da hepatite C, como o sofosbuvir, daclatasvir  e simeprevir.  Segundo informe técnico do Ministério da Saúde, os três itens “compõem um novo e eficiente tratamento para a doença disponível no mundo, com um percentual de cura de cerca de 90%”. A expectativa é que os medicamentos sejam disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS) até o final deste ano. O Brasil será um dos primeiros países a adotar as novas tecnologias na rede pública de saúde.

A novidade também vai proporcionar a redução de tempo do tratamento, de um ano, em média, para três meses, como também incidirá na diminuição de uso de comprimidos. A expectativa é que o novo tratamento beneficie 60 mil pessoas nos próximos dois anos. O Brasil é um dos únicos países em desenvolvimento no mundo que oferece prevenção, diagnóstico e tratamento universal para as hepatites virais em sistemas públicos e gratuitos de saúde. Nesse quesito, o Pará tem acompanhado com fidelidade essa tendência, que inclui também o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais (28 de julho) no topo do movimento de enfrentamento da doença.

Serviço: As informações sobre o evento estão disponíveis no link (promo.bmpromocoes.com.br/evento-hepato-50-anos). O hotel Radisson fica localizado na avenida Braz de Aguiar, 321, entre travessas Doutor Moraes e Benjamin Constant, bairro Nazaré, em Belém.