Estudantes da rede estadual voltam às aulas em diversas escolas
A estudante da 8ª série do ensino fundamental Anne Renata Zanini, 13 anos, compareceu nesta sexta-feira (22) à Escola Estadual Benjamin Constant, no Reduto. Ela tem ido todos os dias à escola, desde o começo deste mês de maio, quando os professores efetivos começaram a retornar para dar aula, em meio à greve. Renata pretende atuar como arquiteta e mantém o foco nos estudos.
Segundo levantamento da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) sobre o funcionamento das escolas públicas estaduais em Belém e interior do Estado, na região metropolitana, do total de 347 unidades escolares, 303 estão em funcionamento (87,31%) e somente 44 (12,68%) estão paralisadas totalmente. No interior do Estado, de 596 escolas, 476 estão em funcionamento (79,86%), e apenas 120 estão paralisadas totalmente (20,13%).
Na Escola Benjamin Constant, a manhã da sexta-feira teve aula de Matemática. “Gostei de voltar às aulas. É bom estar na escola, com os amigos, poder estudar, aprender”, disse o estudante Wagner Henrique Oliveira, 14 anos, que quer se formar em Pedagogia. A Escola Benjamin Constant conta, agora, com 25 professores efetivos atuando em sala de aula.
O professor de História Sena Júnior ministrou aula nesta sexta para 25 alunos do 8º ano do ensino fundamental. “Como parte de um projeto da escola para que os alunos assimilem aspectos do patrimônio histórico e cultural do Estado, a sala de aula foi transformada em um laboratório de história, em que os estudantes puderam trabalhar com periódicos (jornais locais impressos) para identificação e discussão pedagógica sobre a cultura imaterial relacionada a manifestações religiosas”, afirmou o professor. De luvas, máscaras e jalecos, os estudantes manusearam exemplares de jornais em sala.
“Considero as reivindicações válidas, mas a partir da boa estrutura que temos aqui na Benjamin Constant e pensando nos alunos, não aderi à greve”, destacou o professor Sena Júnior. No contexto das negociações entre o governo do Estado e o sindicato dos professores estaduais, estudantes como Railson Lobato, 12 anos, morador do Barreiro, retomam os estudos gradativamente.
“Gosto de estudar aqui. Ainda estou pensando na minha profissão, mas gosto de Administração de Empresas”, externou Railson. “Esses acessórios dos estudantes são para reforçar o clima de pesquisa científica, e já em preparação inicial para o ensino superior”, argumentou o professor Sena Júnior. “Estava triste em casa, sem nada para fazer. Agora, não. Aqui é um agito só”, afirmou a aluna Gleice Soares, 14 anos, que pretende atuar como técnica de enfermagem.
Reforço – O total de 373 estudantes compareceu na terça-feira de manhã à Escola Estadual Paes de Carvalho, no Comércio. Anteriormente paralisada por completo no começo da greve dos professores estaduais, a unidade reúne agora cinco professores temporários e seis efetivos, com a maioria das aulas no turno da manhã. A escola integra a unidade administrativa Unidade Seduc na Escola 9 (USE 3), que conta com 17 de 19 escolas sob esta jurisdição funcionando em Belém.
Na Escola Barão do Rio Branco, em Nazaré, a retomada das atividades pedagógicas começou no fim de abril e, neste momento, a escola conta com cinco professores temporários e o retorno gradativo dos docentes efetivos. Na Escola Santa Maria de Belém, em Batista Campos, 140 estudantes do ensino médio compareceram às aulas de revisão nesta sexta-feira. Na escola atuam, agora, onze professores efetivos e cinco temporários.