Planejamento familiar é alternativa para o controle da natalidade
Após dar a luz ao seu segundo filho, a dona de casa Diana Fonseca, 27, resolveu se prevenir usando métodos contraceptivos e assim evitar uma gravidez indesejada. “No momento, eu não pretendo engravidar de novo por que eu tenho dois e a situação está difícil. É importante tomar o remédio para prevenir, mas também é importante usar a camisinha para evitar doenças. Estou num segundo relacionamento, quero ter um terceiro filho, mas não agora”, enfatizou a dona de casa.
Diana é uma das 30 mulheres cadastradas e assistidas pela Unidade Estratégia Saúde da Família (ESF) na comunidade Saré, município de Ananindeua, região metropolitana de Belém. Recentemente, os profissionais da Unidade participaram de uma capacitação destinada a todos os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que atuam na região metropolitana, promovida pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A atividade é realizada desde o ano de 2013 e tem a proposta de reavaliar conceitos e práticas relacionadas aos direitos contraceptivos da mulher e planejamento familiar.
“O planejamento familiar aqui na unidade já existe há 7 anos. A gente recebe essa mulher, ela é acompanhada pelo médico e depois escolhe o melhor método para começar seu planejamento. Depois da capacitação nosso conhecimento sobre o assunto melhorou muito na hora de acompanhar e instruir melhor as pessoas que passam por aqui”, disse a gestora da Unidade Estratégia Saúde da Família Saré, Elenilza Cardoso dos Santos.
Planejamento familiar é um conjunto de ações que auxiliam homens e mulheres a planejar a chegada dos filhos, e também a prevenir gravidez indesejada. Todas as pessoas possuem o direito de decidir se terão ou não filhos. Os usuários do SUS podem ter acesso a informações e métodos contraceptivos nas UBSs. O planejamento familiar é direito de todo cidadão, conforme estabelece a Lei n° 9.263, de 12 de janeiro de 1996, que regula o § 7º, do artigo 226 da Constituição Federal. De acordo com a lei, o planejamento é orientado por ações preventivas e educativas, que garantem acesso à informação.
“Aqui na nossa unidade o planejamento não é feito só com as mulheres, mas com seus parceiros também. Neste caso, a figura do ACS (Agente Comunitário de Saúde) é fundamental porque o homem dificilmente procura a Unidade de Saúde, e em casa ele se sente mais à vontade para conversar com o agente”, completou Elenilza Cardoso dos Santos sobre o trabalho que é feito de porta em porta com a comunidade Saré.
Conjunto - De acordo com a psicóloga Conceição Carneiro Oliveira, coordenadora estadual de Saúde da Mulher da Sespa, orientar sobre direitos e saúde sexual reprodutiva vai além de disponibilizar apenas os métodos de prevenção. “A questão do planejamento não envolve apenas o acesso aos insumos (medicamentos, laqueadura, cirurgia, vasectomia), envolve toda uma questão social, a responsabilidade que esse casal vai viver, com aquela vida gerada, tem todo um processo de ciclo de vida envolvido nisso”, informou.
A técnica em administração Adriele Menezes, 25, também resolveu pensar em controlar a natalidade. Após ter seu único filho, aos 18 anos, toma anticoncepcional há 6 anos para não ser surpreendida com outra gravidez indesejada. “Como eu engravidei praticamente ainda adolescente, e como toda mãe de primeira viagem, resolvi logo procurar orientação profissional. A educação é importante nisso, planejar o momento certo é fundamental, e hoje em dia a gente tem como se prevenir, por que uma gravidez indesejada não é algo muito agradável, principalmente quando você não tem condições financeiras de criar um bebê”, afirmou Adriele.
Além de laqueaduras e vasectomias, a Sespa distribui gratuitamente preservativos masculinos e femininos, cartelas de pílula anticoncepcional, ampolas hormonais injetáveis mensais e trimestrais, cartelas de pílulas de emergência, cartelas de minipílula, DIU, diafragma e anéis medidores.
