Agência Pará
pa.gov.br
Ferramenta de pesquisa
ÁREA DE GOVERNO
TAGS
REGIÕES
CONTEÚDO
PERÍODO
De
A
DIREITOS

Governador discute políticas públicas com lideranças indígenas

Por Redação - Agência PA (SECOM)
26/05/2015 19h33

O governador Simão Jatene se reuniu nesta terça-feira (26) com lideranças indígenas do sul e sudeste paraense, para discutir as políticas públicas de defesa, proteção e promoção dos direitos humanos e indígenas do governo do Estado. Índios das tribos Gavião, Suruí, Tembé, Xipaia, Kaxiuanã, Way Way, Kaiapó e Mundurucu participaram do encontro, no Palácio do Governo.

Jatene destacou a importância da presença de representantes indígenas no Núcleo de Apoio aos Povos Indígenas, Comunidades Negras e Remanescentes de Quilombos, que é vinculado à Casa Civil, como ferramenta para consolidar políticas públicas que possam atender às necessidades indígenas da forma como elas precisam ser executadas.

“Hoje a sociedade tem mais consciência das questões indígenas. Tem muita gente interessada em ajudar, mas que não sabe como fazer, ou faz errado achando que está agindo corretamente, por isso é tão importante que essas ações possam partir de uma orientação das próprias populações indígenas”, afirmou o governador, lembrando que a maior dificuldade a ser enfrentada pelos índios para seguir nessa direção é conseguir uma unidade diante da diversidade e da distância geográfica entre as tribos.

Yannuzi Tapajós fez uma avaliação positiva da reunião. “As propostas que estamos apresentando estão sendo aceitas. A participação no Núcleo de Apoio também é importante porque a gente não está discutindo sozinho, temos governo, quilombolas e índios numa parceria. A gente precisa fazer uma reintegração dessas comunidades dentro das discussões”, defendeu, esclarecendo que a principal pauta é contra empreendimentos em terras indígenas.

“Temos questões importantes, como a demarcação de terras, saúde e educação, mas a prioridade é contra os empreendimentos que venham atingir nossas terras indígenas, que agridem não só as populações indígenas, mas uma Constituição Federal que há muitos anos garante nossos direitos. Não podemos permitir isso”, defendeu Yannuzi que integra o grupo de indígenas que vai se reunir nesta quarta-feira (27) com os secretários e dirigentes das diversas áreas de interesse da comissão, no Centro Integrado de Governo (CIG).

O encontro entre indígenas e governo é intermediado pela coordenadora do Núcleo de Apoio aos Povos Indígenas, Comunidades Negras e Remanescentes de Quilombos, Adelina Braglia. “O núcleo é um programa de governo capaz de, dentro das necessidades, articular, encontrar uma forma de priorizar as demandas indígenas e quilombolas”. Para Adelina, a reunião tem um significado muito grande. “É um esforço para aumentar os laços de lideranças indígenas e governo. O encontro abre a interlocução de, pelo menos, alguns segmentos importantes para a população indígena do Pará”, reforçou.

Demandas – Pela manhã, o colegiado indígena se reuniu com a secretária extraordinária de Estado de Integração de Políticas Sociais, Izabela Jatene, que também participou da reunião com o governador. Para ela, trata-se da retomada de uma série de discussões. “Essa reunião é fundamental para que a agenda seja construída. É o momento de unir esforços para trazer essas demandas e dar-lhes uma forma de política de Estado”, afirmou.

Pepkakte Konxarti, o Zeca Gavião, cacique da tribo indígena de Marabá, ressaltou a importância do papel da Secretaria Extraordinária. “Se o Brasil fosse uma unidade, todo o mundo viveria bem”, avaliou. Ubirajara Sempré, liderança indígena da região de Carajás e vereador de Marabá, ressaltou as necessidades dos povos indígenas da região. Para Zeca Gavião, uma das propostas a ser discutida com o governo do Estado é a criação de um espaço indígena dentro do Estado. “Queremos construir juntos. Precisamos ter o nosso espaço”.

Entre os pontos discutidos, esteve a formação e contratação de professores indígenas. “Queremos dialogar para que a gente garanta nossos direitos”, afirmou Ednaldo Tembé, cacique da Aldeia Tembé, do município de Capitão Poço. “Queremos construir juntos, e não as pessoas construindo para a gente”, frisou, referindo-se à luta pela garantia da formação de indígenas e lotação de professores capacitados para as vagas disponíveis nas escolas indígenas. “Estamos brigando por esse espaço, pois o governo nos abriu as portas quando deu formação para os indígenas”.

A presidente do Conselho Estadual de Educação, Suely Menezes, apontou a importância de se fazer uma política integrada. “Essa é uma luta que o conselho tem faz tempo”, assinalou. Por isso, foi criado o Fórum da Educação Indígena, como forma de dar visibilidade para o que ocorre nas diversas aldeias pelo Estado. “O fórum foi criado para funcionar como uma integração dos conselheiros e todas as instituições de ensino que estão fazendo e dizendo o futuro da educação indígena”, disse.