Sespa alerta a população sobre os males do cigarro
Para marcar o Dia Mundial Sem Tabaco (31 de maio), a equipe do Centro de Referência em Abordagem e Tratamento ao Fumante, vinculado à Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), promove nesta quinta-feira, 28, uma série de ações destinadas a alertar a população sobre os prejuízos provocados pelo fumo, tanto no organismo humano como no meio ambiente. A programação acontecerá no hall de Cardiologia da Unidade de Referência (URE) Presidente Vargas, localizada na avenida de mesmo nome, à esquina da travessa Osvaldo Cruz.
A coordenadora do centro, médica pneumologista Fátima Amine, explica que a mobilização servirá para destacar os riscos à saúde associados ao tabagismo, por meio de palestras, exposições e testemunhos de usuários que pararam ou tentar largar o vício do cigarro, apresentações artísticas e ofertas de serviços como aferições de pressão arterial, glicemia, do grau de intoxicação pelo monóxido de carbono e de dependência da nicotina.
A médica orienta que quem decidir parar de fumar pode se inscrever no próprio Centro, sem necessidade de ser referenciado por unidade de saúde. Para demais orientações, o fumante pode procurar dicas pelo fone (91) 3222-0891. Caso opte por procurar logo o Centro, o paciente será submetido à avaliação de uma equipe multiprofissional composta por médicos psiquiatras e pneumologistas, enfermeiro, psicólogo, farmacêutico e apoio nutricional. Primeiro, os interessados passarão por uma avaliação individual, em que os profissionais identificarão o grau de dependência química pela nicotina. Atualmente, mais de três mil pessoas estão cadastradas e em tratamento no local, que chega a atender, por dia, uma média de 50 a 100 pessoas.
A ação no Centro de Referência em Abordagem e Tratamento ao Fumante será a única que a Sespa realizará em Belém, já que em 2015 o órgão estadual decidiu descentralizar o debate sobre o combate ao tabagismo para o interior do Estado a partir da temática "Comércio Ilícito de Cigarros". Raquel dos Anjos, técnica da Divisão de Tabagismo da Coordenação Estadual de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, explica que a medida tem o objetivo de estimular os municípios a desenvolverem programações de alerta e prevenção do tema, visto que a execução desse tipo de serviço é de competência das secretarias municipais de Saúde.
Para tanto, a Sespa tem colaborado no sentido de enviar profissionais ao interior para ministrar capacitações. Só para o mês de junho, a equipe de tabagismo estará presente como condutora de quatro capacitações sobre abordagem intensiva para tratamento da pessoa tabagista, visando ao aperfeiçoamento de profissionais lotados na Estratégia de Saúde da Família.
Esse esforço tem tido reflexos, pois o cenário do tabagismo no Pará diminui aos poucos, levando-se em conta os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), feita pelo Ministério da Saúde e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada em dezembro de 2014, a partir de entrevistas realizadas com a população no decorrer do ano anterior.
As estatísticas revelam que o índice de pessoas que consomem cigarros e outros produtos derivados do tabaco no Pará foi 4% menor do que o registrado pela Pesquisa Especial de Tabagismo do IBGE (PETab) em 2008. Do total de adultos entrevistados no Pará, 13% disseram que consomem produtos derivados do tabaco e 12% são fumantes exclusivos de cigarro. Esse percentual correspondia a 17,8% em 2008.
A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) foi apresentada em 10 de dezembro de 2014. Nela, o Estado aparece alinhado a uma tendência nacional, pela qual os homens são os que mais usam produtos do tabaco. De cada mil entrevistados no Pará, 27% se declararam fumantes, dos quais 18% eram homens e 8,9% mulheres. Também no território paraense, a faixa etária com maior prevalência é de 40 a 59 anos, com 17%, enquanto os jovens de 18 a 24 anos apresentaram a menor taxa, de 7,7%.
O uso regular do tabaco no Pará é maior ainda em pessoas com menor escolaridade. A prevalência naqueles com nível fundamental incompleto é de 18%, seguida por quem tem nível superior completo: 11%. No entanto, a PNS não deixa claro quantas pessoas foram entrevistadas no Estado, mas contabilizou 63 mil entrevistados a partir de 18 anos em todo o País. É o maior e mais detalhado estudo já realizado sobre a situação de saúde e o estilo de vida do brasileiro. Pela primeira vez, o processo incluiu coleta de sangue, aferição da pressão e avaliação do peso. Essas análises serão divulgadas a partir de junho deste ano.
Adeus ao vício
A queda do número de fumantes no Pará é confirmada pelo índice de pessoas que disseram ter fumado no passado, 17,3%. Se os homens são os que mais fumam, são também eles que mais abandonam o vício. Enquanto 21,2% da população masculina entrevistada deixou o consumo de tabaco e derivados, entre as mulheres esse índice foi de 14,1%. Quanto maior a idade, maior o percentual de ex-fumantes: 31% das pessoas com 60 anos ou mais pararam de fumar. A vontade de parar de fumar atinge ainda mais pessoas no Pará. Do total de entrevistados que fumam ou já fumou, 51,6% disseram ter tentado largar o hábito nos últimos 12 meses. Nesse caso, foram as mulheres que mais tentaram deixar o cigarro, atingindo 67%, contra 45% dos homens.
Outro aspecto positivo foi que 70% das pessoas que tentaram parar de fumar conseguiram tratamento, um aumento importante em relação a 2008, quando o índice era de 58,8%. Esse avanço é resultado da universalização do acesso aos medicamentos para tratamento do tabaco na rede pública de saúde. Também foi analisado pela PNS o índice de pessoas que não fumam, mas estão expostas à fumaça dentro de casa: 10% da população. Neste caso, os jovens de 18 a 24 anos são os mais atingidos. No trabalho, o percentual de pessoas que estão sujeitas ao fumo passivo é ainda maior, de 11%.
Sobre a Lei Antifumo, decreto presidencial que entrou em vigor em dezembro de 2014, a Sespa esclarece que a nova legislação torna os ambientes fechados de uso coletivo 100% livres de tabaco, protegendo a população do fumo passivo e contribuindo para diminuição do tabagismo entre os brasileiros. A fiscalização se dá por conta das Vigilâncias Sanitárias dos municípios.
Serviço: O Centro de Referência em Abordagem do Tratamento do Fumante da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) funciona das 7 às 13 horas, na avenida Presidente Vargas, entre ruas Aristides Lobo e Oswaldo Cruz, no bairro do Comércio. O atendimento é gratuito. Informações também pelo telefone (91) 3242-5645.
Outros locais no Estado que oferecem tratamento pelo SUS:
Abaetetuba: Centro de Saúde Roberto Contente. Rua Barão do Rio Branco, sem número. Centro.
Belém 1: Unidade Municipal de Saúde de Icoaraci. Rua Manuel Barata, 480. Fone: 3227-0270.
Belém 2: Unidade Municipal de Saúde do Telégrafo. Rua do Fio, s/n, entre passagens São José e São Pedro. Fone: (91) 3244-0471.
Belém 3 - Unidade Municipal de Saúde do Jurunas. Rua Fernando Guilhon, s/n, entre Breves e Bernardo Sayão. Fone: (91) 3272-4848.
Belém 4: Centro de Referência em Abordagem do Tratamento do Fumante. Avenida Presidente Vargas, entre Ruas Aristides Lobo e Oswaldo Cruz. Telefone: (91) 3242-5645.
Cametá: Centro Municipal de Saúde de Cametá. Rua Coronel Raimundo Leão, Centro.
Castanhal: Unidade Municipal Luiz Charlet. Travessa Pio XII, nº 72, Centro.
Goianésia do Pará: Hospital Municipal de Goianésia. Rua Tiradentes, nº 64. Fone: (94) 3779-0223.
Marabá: Unidade de Saúde de Laranjeiras – Rua José Bandeira, s/n, Laranjeiras. Fone: (94) 3323-2088.
Redenção: Centro Municipal Antônia Pinheiro Cavalcante - Avenida Araguaia, Setor Alto Paraná, nº 1.500.
Xinguara: Programa de Saúde da Família Tanaka. Rua Walter Fernandes, s/n. Setor Tanaka.
<