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Espaços acolhem romeiros com simples gestos de amor ao próximo

Por Redação - Agência PA (SECOM)
06/10/2017 00h00

A dona de casa Josileía da Cruz, de 26 anos, ficou vários dias em coma por causa de um grave quadro de tuberculose. Quando recuperou a consciência rogou por ajuda a Nossa Senhora de Nazaré e obteve resposta ao alcançar a cura. Por gratidão ela vem a pé, todos os anos, do distrito de Tacajós, no município de Santa Izabel do Pará, distante 48 quilômetros da capital. Ela faz parte dos 35 mil romeiros que chegam a Belém a pé, pagando promessas a padroeira e que são recebidos nos acolhimentos montados em todo o percurso da caminhada.

“Eu fui desenganada pelos médicos e roguei para que Ela me desse forças, foi um momento difícil da minha vida. Hoje em dia eu estou aqui, caminhando em homenagem a Nossa Senhora. É uma emoção muito grande ter sido ouvida e ter recebido a graça. Vale o esforço”, declarou Josileía.

Ela faz parte de um grupo de 30 pessoas que há 15 anos se organiza e vem até a capital nos dias que antecedem o Círio. Eles saíram da localidade onde moram por volta de duas horas da madrugada desta sexta-feira, 6. Por volta das 18 horas eles já estavam no Entrocamento, com previsão de chegada por volta da meia noite na Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré.

O organizador do grupo é o agricultor Ivanildo Noronha, 55 anos. “Eu pedi pela educação dos meus filhos. As caminhadas são gratificantes e tranquilas. Enquanto nós tivermos vida vamos manter esta tradição”, disse.

Na Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), no Hospital Metropolitano de Belém, na Escola Estadual Presidente Costa e Silva e na Universidade do Estado do Pará (Uepa), voluntários movidos somente pela fé e pelo amor ao próximo fazem parte das estruturas de acolhimento.

Na Uepa, no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, na avenida Almirante Barroso, funciona um dos postos de acolhimento. Até o meio dia desta sexta, mais de 50 peregrinos já haviam passado por lá. No local, alunos dos cursos da universidade e professores estavam de plantão desde às 4 horas da madrugada. “Por amor ao próximo”, explica a professora Margareth Bittencourt que coordenou o posto.

“Há sete anos nós atendemos os romeiros que chegam a pé para o Círio. A motivação vem desta aura de amor que se instala em nossa cidade na época do Círio de Nossa Senhora de Nazaré”, destaca. Alunos dos cursos de enfermagem, medicina, fisioterapia, terapia ocupacional e biomedicina fazem parte do projeto que além de cuidados médicos oferece água, frutas, alimentos e muito amor para quem para no posto.

União de diferentes crenças – O grupo composto por dez pessoas que fazem parte do Templo Espírita de Umbanda Cabocla Yacira (Teucy), em Castanhal, saiu da cidade modelo às 4 horas da madrugada. Por volta das 16 horas eles foram atendidos no Posto de Acolhimento da Uepa. Lá, verificaram a pressão arterial, descansaram e se alimentaram.

“Há sete anos nossa mãe de santo fez uma promessa e todos os anos fazemos essa caminhada. Vamos até onde nosso limite permite. Com o intuito de pedir saúde e felicidade. Ainda existem muitas pessoas do bem que não medem esforços para ajudar o próximo e é isso que nos vemos nestes espaços. Em qualquer religião, se você cumpre o que disse Jesus para amarmos o próximo, você já deve ter um lugar marcado no céu”, declara Rayana Melo.  

A dona de casa Kátia Martins, 40, todos os anos reúne a família e vai para a rodovia BR 316 oferecer água, alimentos e amor ao próximo. Eles param em qualquer lugar onde tem um grupo de romeiros caminhando e oferece ajuda. “Não é promessa, é amor ao próximo. Muita gente se doa, vem de longe e o mínimo que a gente pode fazer é ajudá-los oferecendo carinho. É um bem que fazemos a eles e eles retribuem fazendo um bem para nós”, explica. Este ano, são aguardados cerca de 35 mil promesseiros, com 87 caravanas cadastradas.