Credcidadão concede mais de R$ 2 milhões até julho
Entre os meses de junho e julho, o programa CredCidadão – agora vinculado à Secretaria de Assistência, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster) - repassará R$ 2,3 milhões em microcréditos para pequenos empreendedores de diversos municípios do interior do Estado.
Nesta quinta-feira, 25, em Santarém, será realizada a primeira das três entregas previstas até o próximo mês, abrangendo todas as linhas de crédito (convencionais e especiais) do programa. Além de Santarém, os recursos beneficiarão microempreendedores de outros municípios do Baixo Amazonas, como Mojuí dos Campos e Belterra.
Na oportunidade, um Termo de Cooperação Técnica deverá ser firmado entre o CredCidadão e a Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa), para que sejam disponibilizadas linhas de crédito para as famílias de jovens internos. O objetivo é o de promover a inclusão dessas famílias no mercado, para que, quando aquele jovem retornar para casa, já possa encontrar um ambiente diferenciado, com toda família envolvida em um trabalho. Além disso, o próprio jovem também terá a oportunidade de dar prosseguimento àquela atividade. O projeto deverá ser assinado na quinta justamente porque deverá começar por Santarém.
Já em julho, outras duas entregas serão realizadas: uma no Marajó, que contemplará todos os 16 municípios do arquipélago, e outra contemplando municípios da rota Belém-Bragança. “Nesse primeiro momento a meta é chegar às regiões que ainda não conseguimos contemplar com as ações do programa, como é o caso do Marajó, que vai receber pela primeira vez os créditos nessa nova etapa do CredCidadão. Ou ainda naquelas em que não conseguimos atender por completo, como é o caso do Baixo Amazonas. Isso sem deixar de levar adiante o trabalho que já existe em outros municípios”, explica a diretora geral do programa, Tetê Santos.
Quanto aos municípios da rota bragantina, Tetê informa que, neste primeiro momento, a entrega beneficiará microempreendedores de sete municípios. Entretanto, até o final do ano, os 14 municípios envolvidos com a rota serão atendidos pelo programa. A ideia, segundo a gestora, é fomentar a geração de emprego e renda, oferecendo uma ferramenta capaz de aprimorar a qualidade dos serviços prestados e ampliar a competitividade, fortalecendo a rota como polo turístico e contribuindo para o desenvolvimento dos próprios municípios.
Para este ano, Tetê explica, ainda, que o objetivo será reestruturar os 12 polos do programa, distribuídos pela capital e pelo interior do Estado, e congregar os serviços públicos em espaços que já são tidos como referência para a população local. Esse será o caso, por exemplo, dos municípios de Marabá e Santarém, onde a Estação Cidadania já está em funcionamento, atendendo dois dos maiores polos do Estado, Carajás e Baixo Amazonas. Já em Redenção, o polo funcionará na sede do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Para (Iasep).
Em Belém, a sede do CredCidadão também deverá receber melhorias, a partir do segundo semestre. “Além disso, estamos promovendo capacitações de toda nossa equipe porque entendemos que não basta apenas viabilizar os créditos. É preciso que sempre estejamos presentes, orientando e acompanhando aquele pequeno empreendedor para que o negócio dê certo e para que, de fato, possamos cumprir com a nossa meta de inclusão e de geração efetiva de emprego e renda. Já estamos na segunda esse ano”, acrescenta a gestora.
Benefícios
Atualmente, o CredCidadão possui dois tipos de linhas de crédito, a convencional e a especial. Na primeira, para ter acesso aos recursos, o micro ou pequeno empreendedor deve se enquadrar em quatro categorias: a individual, com avalista e apresentado comprovante de renda; a solidária, concedida a um grupo de 3 a 5 pessoas, com atividades independentes pertencentes a uma organização social; a associativa, concedida a um grupo que desenvolva uma única atividade; ou a especial, fornecida a maiores de 65 anos, portadores de necessidade especial, egressos do sistema penal e integrantes de programas sociais do Governo do Estado.
Já nas linhas especiais de fomento a determinada atividade, fixadas por decretos, os créditos englobam três categorias: os batedores de açaí, os mototaxistas e os moradores do entorno da hidrelétrica de Belo Monte. Em todos os casos especiais, os juros são fixados em 0,5% ao mês e os prazos para quitar os créditos variam de 24 meses (Belo Monte) até 30 meses (batedores e mototaxistas). Dependendo da atividade, os limites de crédito podem chegar até R$ 8 mil para iniciantes no programa. De forma geral, a partir do segundo crédito, o limite para os financiamentos pode ser ampliado até R$ 10 mil.
O presidente da Federação de Mototaxistas e Motofretes do Estado do Pará, Nonato Alves, avalia positivamente a atuação do programa, especialmente no que diz respeito ao apoio à categoria. Segundo ele, desde que o programa começou a disponibilizar créditos para aquisição de motos, há cerca de dois anos, mais de 700 profissionais já foram beneficiados. “Acabou caindo no gosto da categoria, principalmente pela economia. Em um financiamento normal, numa moto de R$ 10 mil, por exemplo, você paga praticamente duas motos. E pelo crédito, os juros não passam de R$ 400”, calcula.
Nesse tempo, mototaxistas de 28 municípios já foram beneficiados, entre eles, Belém, Ananindeua, Marituba, Castanhal, Santarém, Marabá, Redenção e Itaituba. Ao todo, os recursos disponibilizados ultrapassam os R$ 5 milhões. Para ter acesso, o mototaxista precisa estar amparado pelas regulamentações municipais para a atividade. Segundo Nonato, somente em Belém e Ananindeua, são cerca de três mil profissionais aptos a receberam os créditos. Em todo o Estado, cerca de 30 mil mototaxistas são regulamentados.
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